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Bush diz que Israel deveria iniciar retirada imediata

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse hoje que Israel deveria iniciar sua retirada dos territórios palestinos ocupados "sem demora". Bush também inistiu para que a liderança palestina ordene um imediato cessar-fogo e elimine a atividade terrorista. ?Minhas palavras para Israel ainda são as mesmas: Retirem-se sem demora?, disse, numa entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro britânico Tony Blair. Apesar do pedido feito por Bush na quinta-feira passada, para que Israel se retirasse das áreas palestinas, os conflitos se intensificaram hoje, com mais mortes registradas na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Em seu pronunciamento de hoje, Bush afirmou que ele e Tony Blair concordaram no que cada lado do conflito deve fazer. "Os palestinos devem ordenar um efetivo e imediato cessar-fogo" e controlar os terroristas. "E concordamos que Israel deve cessar suas incursões nas áreas controladas pelos palestinos, e iniciar uma retirada sem demora das cidades recentemente ocupadas". Bush enfatizou as palavras "sem demora". Além disso, o líder norte-americano conclamou as nações árabes a assumirem um papel de liderança. "Líderes contra o terror, para que um cessar-fogo imediato seja implementado". Sobre o Iraque, Bush disse ter explicado a Blair que "a política de meu governo é a de remover" o líder Saddam Hussein, e que todas as opções estão sobre a mesa. Blair, por sua vez, afirmou: "Sempre foi nossa política que o Iraque estaria melhor sem Saddam Hussein. Como agiremos agora para que isso ocorra é a questão que está aberta para discussões". Culpando Clinton Mais cedo, Bush havia feito críticas ao seu antecessor no cargo, Bill Clinton, dizendo que a tentativa de Clinton de chegar a um acordo de paz entre palestinos e israelenses "resultou em uma intifada (revolta) significativa". A frase de Bush repete acusações do porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, que em fevereiro esteve envolvido em uma polêmica ao responsabilizar Clinton pela intifada. "Não faz muito tempo que uma reunião de cúpula (entre líderes palestinos e israelenses) foi convocada, nada aconteceu e, como resultado, tivemos uma intifada significativa na região" disse Bush à emissora de tevê inglesa ITV, em uma entrevista que antecedeu a chegada do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, aos EUA, para conversas neste fim-de-semana sobre política internacional. A reação dos assessores de Clinton foi imediata. O porta-voz da presidência na gestão anterior, John Lockhart, rebateu à crítica de Bush. "Ele descobrirá em algum momento que precisará encarar os problemas em vez de culpar os outros", afirmou. "E a única coisa mais óbvia aqui do que a sua falta de liderança é a sua falta de conhecimento." Durante seus últimos meses na presidência, Clinton estava fortemente empenhado em pressionar o líder palestino Yasser Arafat e o então primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, a fecharem um acordo de paz, mas sua diplomacia intensa - que culminou na reunião de cúpula israelo-palestina no retiro presidencial norte-americano de Camp David, no final do ano 2000 - fracassou. Em resposta às acusações de que Bush não vem desempenhando um papel ativo no processo de paz - em comparação com a atuação de Bill Clinton -, o porta-voz Ari Fleischer destacou à imprensa, em fevereiro, que a intifada atual, que já dura 17 meses, teve início durante a administração anterior. "Atirando contra a Lua e não obtendo nada, o resultado foi mais violência", disse Fleischer.

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