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Bush diz que não se sente abandonado no Iraque

´Quando os momentos são ruins, há um autor, e este seria eu´, afirma presidente

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quarta-feira que não se sente abandonado pelos parlamentares republicanos que preparam com a maioria democrata resoluções no Congresso contra sua política no Iraque. Em entrevista à Fox News, Bush voltou a defender o envio de 21.500 soldados adicionais ao Iraque e disse esperar que os militares recebam o que precisam para fazer a guerra. Parte da bancada governista está desistindo de apoiar a guerra, cada vez mais impopular junto da opinião pública, que atualmente dá a Bush um dos piores níveis de aprovação de seu governo. O Senado deve debater e aprovar na próxima semana uma resolução contra a nova estratégia do presidente. "Não me sinto abandonado. O que espero? Quando os momentos são bons, há milhões de autores do plano. Quando os momentos são ruins, há um autor, e este seria eu", afirmou Bush. O presidente deve se encontrar com a presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi, e com outros parlamentares que recentemente participaram de uma delegação que viajou ao Iraque e ao Afeganistão. Bush, que na semana passada reivindicou para si todas as decisões sobre a guerra, foi criticado na terça-feira pelo senador republicano Alan Specter, segundo quem Bush "não é o único que decide, o Congresso tem um papel também". O presidente disse entender o ceticismo de muitos com seus planos, que alguns analistas julgam ter de quatro a seis meses para demonstrar que funciona, e afirmou também que o primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, está começando a cumprir suas promessas. "Eu digo que ele está no processo de desempenhar. Bem, deixe-me dizer-lhe o que isso significa. Significa colocar mais tropas iraquianas em Bagdá. Significa ir atrás de assassinos a despeito de sua persuasão religiosa." Bush garantiu que ainda não pensa no fim do seu mandato, dentro de dois anos, e não se mostrou preocupado com o fato de que praticamente dois terços dos norte-americanos reprovam seu trabalho. "Acho que eu poderia tentar ser popular. Mas sempre achei que quem tenta ser popular é alguém que pode acabar comprometendo princípios, e não sou esse tipo de pessoa. Baseio decisões em princípios. Vou mudar as táticas, mas não vou mudar meus princípios para tentar me tornar, sabe, momentaneamente popular."

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