Bush diz que não será influenciado por pesquisas

As pesquisas mostram que uma alta porcentagem de norte-americanos está insatisfeita com as decisões tomadas pelo presidente à respeito da crise no Iraque

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, não se deixará influenciar pelas pesquisas que mostraram que uma alta porcentagem de norte-americanos está insatisfeita com a forma de gerir a crise no Iraque, disse neste domingo o porta-voz da Casa Branca, Tony Snow. O porta-voz declarou à várias redes de televisão do país que Bush não confia nas pesquisas sobre uma retirada das tropas americanas no Iraque. Bush reiterou nos últimos dias que os mais de 130.000 militares americanos mobilizados no Iraque não serão retirados enquanto não tiverem terminado sua missão de consolidar a democracia no país árabe e ganhar a batalha dos terroristas. Bush também enfatizou seu compromisso com o novo Governo de Bagdá, ao qual, disse, ofereceu todo tipo de ajuda. Snow afirmou que o presidente dos Estados Unidos sabe como se deve conduzir uma guerra, mas que não pode prever a vitória por causa dos diversos fatores no território do conflito. Não é possível "prever (a vitória) através da interpretação das pesquisas", disse o porta-voz de Bush. Snow ressaltou que Bush confia em que o novo Governo do Iraque desempenhará um importante papel nos próximos meses para superar a falta de tranqüilidade e a violência sectária em seu país. "Os Estados Unidos não se retirarão do Iraque enquanto o novo Governo de Bagdá não pedir, e até que não tenha cumprido seu trabalho", disse Snow, ao afirmar que a retirada será avaliada quando houver a certeza que os iraquianos podem avançar por conta própria. Democratas falam em programas de TV Enquanto isso, os democratas insistiram neste domingo, também em programas de televisão, na idéia de que os Estados Unidos devem mudar sua estratégia em solo iraquiano e renová-la com um novo rumo, no qual os iraquianos tenham um maior protagonismo. A senadora democrata Dianne Feinstein disse que, junto com outros colegas de seu partido, apresentará nessa semana uma resolução pedindo a retirada das tropas no Iraque por fases. Fez notar que Bush tinha assinado em 2005 uma lei de Defesa, na qual se fazia uma chamada para a retirada progressiva dos militares americanos do território iraquiano. Dianne disse à rede de televisão CNN que após três anos e o mesmo número de meses, com todas as perdas e um número de baixas que na semana passada chegou aos 2.500 soldados americanos mortos, mais ataques da insurgência e à beira de uma guerra civil, a guerra não pode se sustentar durante mais tempo. "Queremos ver o final dessas coisas", ressaltou a senadora, que também defendeu um novo rumo, "uma transição nessa missão no Iraque". O senador Joseph Biden, democrata de maior categoria no Comitê Judicial do Senado, considera que os norte-americanos estão frustrados devido aos erros de Washington em articular uma estratégia clara para ganhar a guerra no Iraque. Segundo o senador republicano Lindsey Graham, em declarações à rede de televisão CBS, há progressos no Iraque, como mostra a morte do líder da rede terrorista Al Qaeda nesse país Abu Musab al-Zarqawi, em um bombardeio aéreo americano. Na sexta-feira passada, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou uma resolução descartando colocar data para a retirada das tropas do Iraque, e na qual inclui essa campanha bélica dentro de sua estratégia na guerra contra o terrorismo.

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