Bush e Maliki querem reforçar a segurança em Bagdá

Para o líder americano, "a violência em Bagdá ainda é terrível e, desse modo, há a necessidade de mais tropas"

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados unidos, George W. Bush, disse nesta terça-feira que um novo plano para aumentar as forças norte-americanas e iraquianas na capital sitiada do Iraque, Bagdá, ajudará a reprimir a crescente violência que ameaça a transformação do país em uma democracia auto-sustentável. "A violência em Bagdá ainda é terrível e, desse modo, há a necessidade de mais tropas", disse Bush em uma coletiva de imprensa na Casa Branca. Ele estava acompanhado do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki. Em sua primeira viagem aos EUA desde que se tornou premier, há dois meses, Maliki afirmou que ele e Bush concordaram que um dos fatores principais para estabilizar o país é o treinamento e a aquisição de equipamento para as forças iraquianas o mais rápido possível, particularmente na capital. "Se Deus quiser não haverá guerra civil no Iraque", disse o líder iraquiano. Bush informou que al-Maliki pediu mais equipamentos militares aos Estados Unidos e recomendou a ampliação das tropas norte-americanas e iraquianas que patrulham as vizinhanças de Bagdá. "E nós faremos isso", acrescentou Bush. O líder norte-americano disse que as forças de seu país deverão ser movidas para outras partes do Iraque. Ele não informou quantos serão, mas oficiais do Pentágono estimam que milhares serão transferidos para Bagdá, incluindo alguns marines baseados no Kuwait. Há hoje aproximadamente 127 mil soldados americanos no Iraque. A administração de Bush está sob crescente pressão de democratas e de alguns republicanos que querem a volta de um número substancial de marines para os Estados Unidos até o final do ano. Questionado sobre se a situação tensa em Bagdá poderá ou não interferir em uma eventual retirada de tropas norte-americanas, Bush afirmou que as decisões relacionadas às tropas continuarão sendo baseadas nas recomendações de comandantes militares que estão no campo de batalha. Além disso, o presidente disse que al-Maliki foi claro ao declarar que "não quer que as tropas norte-americanas deixem seu país até que seu governo possa proteger o povo iraquiano". Ele acrescentou que "a America não abandonará o povo iraquiano". Não ficou claro quantos soldados americanos estarão em Bagdá após o novo plano ser posto em ação. Há duas semanas, o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, disse que o número de marines em Bagdá recentemente aumentou de 40 mil para 55 mil. Hezbollah Os dois líderes discordaram abertamente sobre como acabar com as hostilidades entre as milícias do Hezbollah e Israel. Al-Maliki, muçulmano xiita, reiterou seu apoio a um imediato cessar-fogo; já Bush insistiu que o Hezbollah deve, primeiro, soltar os dois israelenses mantidos cativos pelos militantes libaneses e o fim dos ataques de foguetes a Israel antes de um cessar-fogo. Al-Maliki irá discursar para o Congresso norte-americano na quarta-feira. Alguns democratas dizem que poderão boicotar o pronunciamento do líder iraquiano ao menos que ele considere o Hezbollah como uma organização terrorista e prometa não dar anistia a iraquianos que mataram militares americanos.

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