Bush é "terrorista e servo do sionismo", acusa Iraque

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Por Agencia Estado
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O Iraque definiu nesta terça-feira o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, como "um terrorista que continua mentindo", informou a agência do notícias estatal INA, ao mesmo tempo em que vinha à tona a versão de que um atentado contra Saddam Hussein teria sido frustrado recentemente. A INA ainda acusou Bush de ser um "servo do sionismo", numa resposta ao discurso proferido ontem à noite pelo líder norte-americano, no qual advertiu que Washington liderará uma coalizão internacional para forçar o "desarmamento" do regime de Bagdá. Segundo o jornal Al-Qabas, do Kuwait, o atentado frustrado contra Saddam ocorreu em 30 de setembro, quando um piloto militar iraquiano teria utilizado um caça Mig-23 soviético para tentar bombardear um palácio presidencial às margens do lago Al-Tharthar, onde estava Saddam. Fontes disseram ao diário que o avião deixou a base de Al-Bakr a 50 quilômetros da capital iraquiana, para realizar um exercício militar. Imediatamente após levantar vôo, o avião virou na direção do palácio, mas foi abatido antes de atingir o objetivo. O piloto, de identidade e patente desconhecidas, feriu-se na queda e foi capturado. Após ser submetido a interrogatório, do qual versões dão conta de que o próprio Saddam teria participado, o homem foi levado de volta à base de Al-Bakr e queimado vivo diante do colegas de armas, disseram as mesmas fontes. O jornal publicou ainda que a base aérea foi fechada e diversos oficiais de aviação foram detidos, provavelmente por suspeita de ligação com o complô para matar o presidente. De acordo com o jornal, pessoas que estiveram recentemente no Iraque e não quiseram revelar a identidade falaram sobre a existência de um temor entre os mais estreitos colaboradores do líder iraquiano de que ocorra uma rebelião interna para derrubá-lo. Por este motivo, escreve o Al-Qabas, dezenas de homens das unidades especiais da Guarda Republicana e dos Batalhões Saddam - entre 30.000 e 70.000 - foram enviados às cidades onde os temores são maiores para evitar motins populares. Em declarações à agência INA, Saddam comentou o discurso de Bush dizendo que o presidente norte-americano "esclareceu um dos principais motivos que têm para atacar o Iraque: o apoio de Bagdá à luta de nosso povo palestino contra os ocupantes sionistas". Bush disse que Saddam "planeja ataques com armas químicas e bacteriológicas contra os Estados Unidos". Para esvaziar a acusação, o general Husam Muhammad Amin, membro da delegação iraquiana nas negociações com os inspetores de armas da ONU em Viena, afirmou que "a primeira coisa que o Iraque pedirá a eles será verificar as mentiras de Bush e (Tony) Blair (o primeiro-ministro britânico)" sobre os arsenais iraquianos. Segundo ele, a delegação de inspetores de armas das Nações Unidas poderá chegar a Bagdá em 19 de outubro.

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