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Bush elogia Abbas e tenta retomar conversas de paz com palestinos

Mas o primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniye, rejeitou o cumprimento das três condições do Quarteto de Madri para restabelecer o diálogo político

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos EUA, George W. Bush, descreveu o líder palestino Mahmoud Abbas, nesta quarta-feira, como "um homem de paz" que pode ajudar no avanço de conversas no Oriente Médio, as quais travaram depois que militantes do Hamas subiram ao poder durante as últimas eleições. Abbas disse a Bush que os palestinos querem paz, apesar da eleição do Hamas, grupo que prega a destruição de Israel e tem rejeitado exigências internacionais para reconhecer o Estado judeu e renunciar à violência. "O povo palestino deseja a paz, e não há poder na terra que possa evitar o povo palestino de ir em direção a uma solução pacífica e a viver e coexistir em paz", disse ele. A reunião ocorreu enquanto os dois líderes estavam em Nova York para comparecer à Assembléia Geral da ONU. Em discurso na terça-feira, Bush disse que alcançar a paz no Oriente Médio era um dos maiores objetivos de sua presidência. Eles conversaram brevemente com a mídia e não aceitaram responder perguntas. O Conselho de Segurança da ONU planeja um encontro aberto, quinta-feira, que tem a intenção de ressuscitar o processo de paz. Recusa do Hamas Pouco antes da reunião, o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniye, rejeitou o cumprimento das três condições do Quarteto de Madri para restabelecer o diálogo político e as ajudas econômicas ao novo governo palestino de união Nacional. "Eles impõem condições ao povo palestino, que significam reconhecer a legitimidade da ocupação, condenar a resistência e nos comprometer com os acordos assinados", disse Haniye em um ato público. O primeiro-ministro estabeleceu esse paralelismo para se referir às três condições do Quarteto de Madri, que são: reconhecer Israel, cessar a violência e aceitar os acordos de Oslo. O Quarteto de Madri é composto pelos EUA, União Européia, ONU e Rússia, e foi criado para estabelecer o "Mapa da Estrada", um roteiro internacional para a consolidação da paz no Oriente Médio. Os acordos de Oslo, capital da Noruega, foram assinados em 1993 por Yitzhak Rabin, primeiro-ministro israelense assassinado em 1995, e Yasser Arafat, e envolviam, entre outras coisas, a negociação dos status de Jerusalém e a devolução aos palestinos de territórios ocupados por Israel. Após seu encontro com Bush, Abbas desafiou o Hamas a rejeitar o terrorismo, a reconhecer Israel, honrar acordos existentes e trabalhar pelo processo de paz. O grupo palestino é considerado extremista e tem como juramento a destruição de Israel. Abbas tem tentado persuadir líderes do Hamas a moderarem suas políticas anti-israelenses e unirem-se ao Fatah - partido do presidente - para um governo de coalizão. Autoridades americanas estão preocupadas pois consideram que Abbas não tem mostrado forte liderança, enquanto líderes do Fatah reclamam que os EUA não fizeram quase nada para ajudá-lo.

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