Bush encaminhará em breve ao Congresso resolução sobre Iraque

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Por Agencia Estado
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Após encontro com líderes parlamentares republicanos e democratas, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou que vai submeter a linguagem formal do projeto de resolução sobre o Iraque ao Congresso nos próximos dias. "Nós conversamos sobre uma resolução que deve ser respaldada pelo Congresso e sobre a importância para nós de trabalharmos ao lado dos parlamentares para aprovarmos uma resolução forte. Eu informo que a Casa Branca vai enviar o esboço da linguagem que deve constar na resolução", disse Bush. O presidente americano afirmou que os líderes parlamentares se comprometeram a colocar a resolução em votação até o encerramento da atual legislatura, em outubro, e que isso dará um importante sinal para o país e para a comunidade internacional. A intenção da Casa Branca é obter aval do Legislativo para um ataque contra o Iraque. Ontem, o chefe da maioria democrata no Senado americano, Tom Daschle, pediu para que o governo encaminhe sem demora um projeto de resolução. A decisão representou uma mudança na posição do partido, aparentemente para evitar que a questão iraquiana se torne o epicentro das discussões na campanha para a eleição legislativa, em 5 de novembro, o que colocaria os assuntos domésticos em segundo plano. Após o encontro desta manhã, Bush reiterou a sua posição de que a aceitação do presidente iraquiano Saddam Hussein de permitir a volta de inspetores da ONU ao país é apenas um estratagema e que se provará que foi uma oferta falsa. "Foi o último estrategema de Saddam. A sua última tentativa para não ser considerado um desafiador da ONU. Ele não fará ninguém de tolo", disse Bush. O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, declarou hoje que o Congresso deve autorizar o uso de forças militares contra o Iraque antes de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) votar o assunto. "Nenhum Estado terrorista impõe ameaça maior e mais imediata à segurança do nosso povo e à estabilidade do mundo do que o governo de Saddam Hussein no Iraque", sentenciou Rumsfeld em seu depoimento sobre armas iraquianas de destruição em massa no Comitê de Serviços Armados da Câmara, em Washington. O depoimento de Rumsfeld foi interrompido por manifestantes que se aglomeraram na galeria da sala de audiência, gritando, repetidamente: "Inspetores e não guerra". Os parlamentares e o secretário ouviram pacientemente os gritos, que terminaram com a saída dos manifestantes. "Ao ouvir esses comentários, eu penso quão maravilhoso é a liberdade de expressão", observou Rumsfeld enquanto continuava suas declarações sobre Saddam. Os comentários de Rumsfeld seguiram-se às declarações do presidente Bush de que Saddam não engana ninguém com sua promessa de aceitar a presença de inspetores de armamentos em seu país. Em um encontro com líderes do Congresso, Bush agradeceu aos democratas e republicanos pelo compromisso de que o Congresso votará uma resolução sobre o Iraque antes das eleições de novembro. "Eu acho que é um sinal importante para o mundo ver que o nosso país está unido em suas decisões", disse Bush. Rumsfeld declarou que essa mensagem de união deve ser dada antes de uma ação da ONU. Rumsfeld afirmou que o Iraque tem estoques de armas químicas e biológicas e está tentando obter materiais para construir uma bomba nuclear. Rumsfeld afirmou que a meta dos EUA é prevenir que o Iraque use essas armas para atacar os EUA e seus aliados.

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