Bush exorta China a seguir exemplo dos EUA

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Por Agencia Estado
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O presidente americano, George W. Bush, encerrou hoje sua visita à China exortando o governo de Pequim a ampliar as liberdades pessoais, políticas e religiosas no país, oferecendo os Estados Unidos como modelo e manifestando seu pesar pelas pessoas "nesta vasta terra nem sempre terem uma clara visão sobre meu país". Em um discurso na Universidade Tsinghua, em Pequim, transmitido ao vivo pela TV, Bush também exortou a China a tolerar a diversidade e a dissensão e a respeitar a lei. "A vida nos EUA demonstra que a liberdade, acompanhada pela lei, não deve ser temida. Em uma sociedade livre, a diversidade não é desordem. O debate não é uma disputa. A dissensão não é uma revolução", disse Bush ao lado do enigmático vice-presidente chinês, Hu Jintao, provável sucessor do presidente Jiang Zemin. Respondendo a uma pergunta de uma estudante sobre Taiwan, que Pequim considera uma província rebelde, Bush disse que os EUA manterão sua promessa de ajudar a ilha a defender-se, mas que esperava uma solução pacífica para a disputa entre Taipé e Pequim. A China busca uma reunificação com a ilha para onde fugiram os nacionalistas de Chiang Kai-chek após serem derrotados pelos comunistas em 1949. "A liberdade de religião é algo que não se deve temer. Deve ser bem-vinda, pois a fé nos dá uma essência moral e nos ensina a manter altos valores, a amar, a servir aos outros e a viver com responsabilidade", disse o líder americano ao pedir uma maior liberdade religiosa. Sua visita foi marcada pela detenção de 47 religiosos que se haviam reunido em um povoado perto de Pequim para uma cerimônia religiosa. Dos detidos, 15 ainda continuam na prisão. Bush almoçou hoje com Jiang, visitou a Grande Muralha e partiu para Washington a bordo do Air Force One, encerrando sua viagem de seis dias à China, Coréia do Sul e Japão. A Coréia do Norte - acusada por Bush de formar com Irã e Iraque um "eixo do mal" - rejeitou hoje a oferta do presidente americano de iniciar um diálogo e o qualificou de "criança politicamente retardada". No entanto, o secretário de Estado, Colin Powell, disse que os EUA manterão contatos diretos com Pyongyang por meio das Nações Unidas. Bush, apesar de ter pedido a Jiang na quinta-feira que o ajude a convercer os norte-coreanos a retomar o diálogo com Washington insistiu em qualificar o governo de Pyongyang de "regime déspota" que fabrica armas, enquanto submete a população à fome.

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