Bush já admite mudar estratégia militar no Iraque

Em outubro 74 soldados norte-americanos morreram no país; o mês já é considerado o mais violento desde a ocupação pelas tropas da coalizão

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Por Agencia Estado
Atualização:

Menos de dois dias depois de admitir uma comparação inédita entre a situação no Iraque, em uma nova declaração o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, admitiu nesta sexta-feira que a situação no Iraque é dura, e disse que irá consultar generais norte-americanos para saber se uma mudança de estratégia é necessária para combater a escalada de violência no país. Apenas no mês de outubro, 74 soldados americanos morreram no Iraque, o que fez com que o mês se tornasse o mais violento no país em dois anos. "Uma das razões para termos mais perdas são as ações dos nossos inimigos, que assim como nós, estão ativos", afirmou Bush. O presidente dos Estados Unidos informou que pretende se encontrar no sábado com o comandante americano no Oriente Médio, general John Abizaid, e com o general George Casey, chefe das forças americanas no Iraque. Bush afirmou ainda: "estamos ajustando nossa tática no Iraque, então podemos atingir nossos objetivos". Entretanto, o presidente não confirmou quando percebeu que uma mudança de estratégia no Iraque era necessária. As finalidade das tropas norte-americanas no Iraque são, segundo afirmações de Bush, construir um país que possa manter-se de maneira autônoma, com um governo próprio e ajudar na guerra contra o terrorismo. Eleições legislativas A Casa Branca afirmou que apesar de Bush poder trocar de estratégia no país, não pensa em mudar de posição em relação à permanência das tropas no Iraque. A afirmação aumentou a oposição ao presidente e a ansiedade de que Bush possa perder a maioria do Senado e do Congresso nas eleições legislativas de 7 de novembro, que pode ficar nas mãos dos Democratas. Tony Snow, porta-voz do presidente americano, afirmou que Bush "não vai mudar sua posição levando em conta questões políticas, ao invés disso, vai trabalhar para fazer do Iraque um país que possa se governar, sustentar e defender de maneira autônoma". Com entrada do quarto ano de guerra e a morte de aproximadamente 2.780 soldados, Bush vem sendo pressionado por alguns críticos para mudar sua "política fracassada" no Iraque. Uma comissão independente chefiada pelo secretário de Estado James A. Baker III pelo democrata Lee Hamilton deve discutir as mudanças de estratégia no país. Coréia do Norte Bush não comentou a informação de que o governo da Coréia do Norte teria se arrependido de realizar o teste nuclear. O presidente só vai se pronunciar sobre o assunto depois de conversar com a Secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice, que faz um giro por Coréia do Sul, China e Japão para tratar da crise nuclear da região. O jornal sul-coreano Chosun Ilbo afirmou nesta quinta-feira que Kim Jong Il, líder do país, teria "pedido desculpas pelos testes nucleares" a oficiais chineses. O líder teria levantado a possibilidade de dialogar sobre o programa nuclear da Coréia do Norte. Esta matéria foi atualizada às 14h49 para acréscimo de informações.

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