Bush mantém recusa em apoiar cessar-fogo imediato no Líbano

O presidente americano defende um cessar-fogo somente após o envio de tropas multinacionais ao país e que os dois soldados israelenses seqüestrados pelo Hezbollah sejam liberados

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, manteve nesta segunda-feira sua recusa em pressionar por um cessar-fogo imediato no Oriente Médio até que haja condições para uma paz duradoura na região, e exigiu que Irã e Síria parem de apoiar o Hezbollah. Enquanto Israel continua a bombardear o sul do Líbano, Bush proclamou uma série de "objetivos claros" que devem acompanhar o cessar-fogo. Na sexta-feira, em tom otimista, ele e o primeiro-ministro britânico Tony Blair anunciaram apoiar uma resolução da ONU que estabeleça o cessar-fogo, e pediram o envio uma força internacional ao Líbano. Com as declarações desta segunda-feira, o presidente americano deixa claro que um acordo neste sentido poderá demorar para ser alcançado. "O Irã deve colocar fim a seu apoio financeiro e ao fornecimento de armas aos grupos terroristas como o Hezbollah, e a Síria deve parar de apoiar o terror e respeitar a soberania do Líbano", disse Bush. Em declarações desde o porto de Miami, onde se reuniu com um grupo de empresários cubano-americanos, o presidente disse que os EUA, em colaboração com seus aliados, está decidido a colocar fim à crise atual o mais rápido possível. A forma de conseguir isso, insistiu, será por meio de uma resolução das Nações Unidas que garanta um cessar-fogo sustentável e que permita que libaneses e israelenses possam viver em paz. Segundo ele, um cessar-fogo sustentável inclui o envio de tropas multinacionais ao sul do Líbano para garantir que o governo libanês "possa ter autoridade total em seu território" e que os dois soldados israelenses seqüestrados pelo Hezbollah sejam liberados. "Nós sentimos muito a perda de vidas inocentes tanto no Líbano, quanto em Israel", acrescentou. Rice otimista A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, visitou neste final de semana pela segunda vez à região desde que começou a crise entre Israel e a milícia xiita libanesa Hezbollah, em 12 de julho. Rice, que está a caminho de Washington, se reunirá com Bush ainda nesta noite. "Vou pressionar muito para conseguir uma resolução do Conselho de Segurança esta semana. Já é hora", disse Rice, em declarações à imprensa durante sua viagem de volta à capital americana. O otimismo de Rice contrasta com a decisão da ONU de adiar de forma indefinida a reunião, prevista para esta segunda-feira, na qual começaria a analisar o envio de uma força multinacional ao Líbano. Segundo Bush, esse contingente deve chegar a território libanês "rapidamente" para ajudar a acelerar a distribuição de ajuda humanitária às vítimas dos bombardeios israelenses. Bush disse que continuará lutando contra as forças do terror. "É uma tarefa longa. É um trabalho difícil, mas necessário", disse.

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