Bush mostra preocupação com denúncias de massacre por marines

Presidente americano afirmou que, "se houve algum tipo de violação das leis, os culpados serão punidos"

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta quarta-feira estar "preocupado" com as denúncias de que um grupo de marines americanos matou cerca de 20 civis desarmados na localidade iraquiana de Haditha, em novembro passado. Em declarações à imprensa após sua reunião com o presidente de Ruanda, Paul Kagame, Bush afirmou que, "se houve algum tipo de violação das leis, os culpados serão punidos". Segundo as denúncias, um grupo de marines matou 24 civis - entre eles mulheres e crianças - em Haditha, em 19 de novembro, depois que um de seus companheiros morreu em uma emboscada contra uma unidade. O governante lembrou que o Departamento de Defesa abriu uma investigação sobre o fato, que alguns comentaristas igualaram ao massacre de My Lai no Vietnã, em 16 de março de 1968. Denúncias Segundo Bush, que disse ter abordado o assunto com o chefe de Estado-Maior dos EUA, o general Peter Pace. "Ninguém está mais preocupado com estas denúncias que o corpo de marines. Se as leis foram realmente violadas, haverá um castigo" para os culpados, insistiu o presidente. Na semana passada, oficiais militares americanos disseram que poderiam apresentar acusações por assassinato contra os marines responsáveis. No domingo passado, o congressista democrata John Murtha, um dos principais críticos da guerra do Iraque no Capitólio, criticou os incidentes em Haditha, que qualificou diretamente de assassinato. Segundo Murtha, que assegurou que "não resta dúvida" que os militares tentaram encobrir os fatos, as mortes em Haditha prejudicaram mais os objetivos de paz e democracia que os EUA tentam alcançar no Iraque que as torturas na prisão de Abu Ghraib. Na semana passada, Bush qualificou Abu Ghraib como o pior erro que os EUA tinham cometido no Iraque. Na última segunda-feira, Pace afirmou em entrevista à rede de televisão americana CNN que o comando militar em Washington só soube do incidente em 10 de fevereiro, quase três meses depois de ocorrer.

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