Bush pede apoio de Síria e Irã e anuncia reforço ao Iraque

Norte-americano dá entrevista na Colômbia, durante giro pela América Latina

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Por Agencia Estado
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Em visita de sete horas à Colômbia, após passar por Brasil e Uruguai, o presidente norte-americano, George W. Bush, clamou neste domingo para que Irã e Síria transformem em ação suas boas intenções manifestadas no sábado durante uma conferência internacional sobre o Iraque e anunciou o envio de mais 4,6 mil soldados ao país árabe, além dos 21,5 mil anunciados por ele em janeiro durante o discurso à Nação. Ao lado do presidente colombiano, Alvaro Uribe, seu maior aliado na América Latina, Bush pediu para que Síria e Irã colaborem, impedindo o ingresso de armas e terroristas suicidas em território iraquiano. "As palavras são fáceis de dizer em diplomacia e política internacional. Se realmente querem ajudar a estabilizar o Iraque, há coisas a fazer", disse o norte-americano sobre o encontro realizado em Bagdá no qual os dois países mostraram intenções de colaborar em busca do fim da guerra civil no Iraque. Mais 4,6 mil soldados Bush anunciou ainda que enviará ao Iraque mais 4,6 mil soldados, além dos 21,5 mil já pedidos por ele em janeiro ao Congresso, em seu discurso ´Do Estado da União´. O mandatário explicou que as tropas atuarão unicamente na função de apoio e exortou o Congresso norte-americano a aprovar os recursos para a guerra, "sem impor restrições". "Vocês sabem que os efetivos de combate necessitam de apoio, e é isso que o povo americano considera necessário ao Iraque: a tropa de apoio, para que os reforços possam realizar sua tarefa", acrescentou, durante coletiva de imprensa com Uribe. O novo anúncio, realizado neste domingo, inclui 2,4 mil efeitos de apoio e 2,2 mil soldados da polícia militar, segundo divulgou o subsecretário de Defesa, Gordon England. Os soldados serão enviados para tentar pacificar a capital Bagdá e a conturbada província de Anbar. Dos 141 mil soldados no Iraque, cerca de 60 mil são de forças de combate e o restante, forças de apoio. Cooperação com a Colômbia Bush disse ainda que manterá a estréia colaboração dos EUA com a Colômbia para que o país consiga derrotar os narcotraficantes e terroristas, reconhecendo que a ajuda estará vinculada a capacidade do governo de levar à Justiça os ´violadores dos direitos humanos´. O presidente norte-americano reiterou que buscará junto ao Congresso a aprovação do Tratado de Livre Comércio firmado entre EUA e Colômbia, afirmando ainda que espera a rápida liberação de três norte-americanos em poder da guerrilha marxista Farc. O líder norte-americano se referiu ainda às investigações sobre vínculos de políticos colombianos com paramilitares de extrema direita, dizendo que espera que a Justiça da Colômbia seja capaz de atuar "sem favoritismos políticos". O escândalo ligando aliados de Uribe a gangues paramilitares levou alguns democratas, agora no comando do Congresso americano, a questionarem o pedido da Casa Branca de US$ 3,9 bilhões para mais ajuda à Colômbia nos próximos sete anos, além da validade do acordo de comércio com o país. Tour pela América Latina O avião presidencial, com Bush e sua mulher Laura, aterrissou às 11h50 (13h50 de Brasília), no Comando Aéreo de Transporte Militar (Catam), base aérea localizada ao lado do Aeroporto Internacional Eldorado, em Bogotá. O presidente norte-americano chega à Colômbia após ter visitado na quinta e sexta-feira o Brasil, e passado, no sábado, no Uruguai. No Brasil, Bush, sua mulher Laura, e o alto comando norte-americano participaram de vários eventos, entre eles a visita a uma ONG em São Paulo, na qual Bush tocou ganzá e dançou com as crianças. Estados Unidos e Brasil firmaram um memorando de cooperação para a transferência de tecnologia na fabricação de etanol, buscando o desenvolvimento de bicombustíveis em países pobres de América Central e Caribe. Preocupado com a crescente influência anti-EUA do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Bush tenta melhorar as relações com líderes de direita e da esquerda moderada na América Latina, onde a guerra no Iraque e as políticas de comércio e imigração tornaram-no profundamente impopular.

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