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Bush prevê gasto de US$ 2,9 trilhões, com ênfase na Defesa

Orçamento polêmico inclui pedido de quase US$ 700 bilhões para o Pentágono, mantém corte em impostos e diminui investimento com programas de saúde

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, enviou ao Congresso nesta segunda-feira um plano de gastos de US$ 2,9 trilhões (cerca de R$ 6,06 trilhões), valor que contemplará um grande aumento nos gastos militares, incluindo novos aportes para a guerra no Iraque. Ao mesmo tempo, o orçamento prevê um corte de fundos para programas sociais com o objetivo de eliminar o déficit orçamentário dos EUA em cinco anos. A proposta de Bush tornaria permanente os cortes de impostos aprovados em seu primeiro mandato, uma perda de receitas estimada em US$ 1,6 trilhão em 10 anos. Polêmico, o plano prevê ainda cortes de US$ 78 bilhões nos gastos com programas de saúde nos próximos cinco anos - o que significará restrições aos programas de ajuda médica para idosos e necessitados. O lançamento do orçamento em quatro grandes volumes deverá dar o pontapé inicial a acirrados debates em um Congresso controlado pelo oposicionista Partido Democrata. À frente da Câmara dos Representantes (deputados) e do Senado pela primeira vez desde que Bush assumiu seu primeiro mandato, a oposição sustenta pontos de vista diferentes aos do presidente em relação a gastos e taxas. "O orçamento do presidente é cheio de dívidas e decepção, desconectado da realidade e continua a direcionar os Estados Unidos para a direção errada", disse o presidente da Comissão de Orçamento do Senado, Kent Conrad, do Partido Democrata. O presidente, por sua vez, insiste que fez as escolhas certas para manter os Estados Unidos seguro de ameaças terroristas e com crescimento econômico. "Minha fórmula para um orçamento balanceado reflete as prioridades do nosso país nesse momento de sua história: proteger a nação e lutar contra o terrorismo, manter a economia robusta com poucos impostos e os gastos sob controle e fazer com que os programas federais sejam efetivos", disse o presidente. Como a guerra do Iraque praticamente dominou o mandato de Bush, os gastos militares tornaram-se o elemento chave do plano de gastos. Previsto em US$ 624,6 bilhões para 2008, o orçamento do Pentágono, por exemplo, representará mais de um quinto dos gastos totais, e será superior ao de 2007, previsto em US$ 600, 3 bilhões. Pela primeira vez, a previsão do Pentágono inclui o que Bush pretende gastar na guerra do Iraque - dinheiro que nos anos anteriores foi empenhado através de pedidos adicionais, e não pelo orçamento total. São estimados US$ 141.7 bilhões para a luta no Iraque e Afeganistão, além da reparação e substituição de equipamento perdidos em combate. A proposta de Orçamento da administração Bush prevê o fim dos déficits governamentais até 2012. Segundo a Casa Branca, receitas saudáveis de impostos e crescimento econômico vão ajudar o déficit dos EUA cair para US$ 244 bilhões este ano e US$ 239 bilhões no ano fiscal de 2008. "O déficit federal está declinando e ruma à sua eliminação", disse o presidente George W. Bush. "Com o forte crescimento econômico e disciplina nos gastos, nós estamos posicionados agora para equilibrar o Orçamento em 2012, enquanto garantimos a segurança nacional e tornamos o alívio fiscal permanente", completou. Para o ano fiscal de 2008, que começa em outubro, o Orçamento prevê um total de gastos de US$ 2,90 trilhões e US$ 2,66 trilhões em receita.

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