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Bush promete vetar lei de retirada de tropas do Iraque

Democratas ainda insistem que presidente americano reveja posição sobre a guerra

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente George W. Bush voltou a garantir nesta sexta-feira, 27, que vai vetar a proposta de lei aprovada pelo Congresso que inclui um cronograma para a retirada das tropas norte-americanas do Iraque, mas os democratas o pressionaram para que "ouça o clamor do povo americano" e a sancione. "Sinto muito que tenha chegado a esse ponto", disse Bush a repórteres. "Sinto muito que... a questão tenha avançado desse jeito. Mas, de qualquer jeito, é o que é, e vai ser vetada." O Congresso, de maioria democrata, aprovou esta semana um projeto de lei sobre o financiamento da guerra --um total de 124 bilhões de dólares-- que também exige que as tropas dos EUA comecem a deixar o Iraque até o dia 1o de outubro. Os democratas do Senado pressionaram Bush a analisar a medida com cautela. "O presidente tem uma escolha: ouvir o clamor do povo americano, da maioria bipartidária do Congresso e de especialistas militares para mudar de curso ou manter nossas tropas envolvidas numa guerra civil generalizada", disse Harry Reid, líder da maioria no Senado. A nova ameaça de veto coloca os dois lados em rota de colisão, sem nenhuma concessão a vista. A novela da legislação já dura semanas. Numa entrevista coletiva com o premiê japonês Shinzo Abe, em Camp David, Bush disse que o projeto de lei dos democratas deixa os generais norte-americanos de mãos atadas, e prometeu vetar qualquer nova proposta que inclua um cronograma de retirada. "Portanto, se eles quiserem tentar de novo com o que eu já disse ser inaceitável, é claro que vou vetar. Mas espero que não chegue a esse ponto. Acredito que possamos encontrar um caminho. E acho que podemos recobrar a consciência e garantir que o dinheiro chegue até nossos soldados a tempo", disse ele. Ele disse que vai convidar os líderes do Congresso para ir à Casa Branca depois de vetar a lei, para discutir o que fazer. Os democratas prometeram lhe entregar a medida no início da semana que vem. Os oito pré-candidatos democratas à Presidência dos EUA, para as eleições de novembro de 2008, concordaram, no seu primeiro debate, na quinta-feira, com a necessidade de retirar logo as tropas dos EUA do Iraque. "Essa guerra é um desastre. Precisamos encerrá-la," disse um pré-candidato democrata, o governador do Novo México, Bill Richardson. Mas, no lado republicano, o senador John McCain afirma que o reforço de tropas determinado por Bush precisa de tempo para levar estabilidade suficiente a Bagdá, para permitir que os líderes políticos do Iraque consigam solucionar suas divergências. Ele chamou o cronograma de retirada de "uma data para a rendição."

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