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Bush quer fixar plano de metas para governo do Iraque

Objetivo seria reduzir tensões e proporcionar estabilidade política e econômica

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, anunciará às 21 horas de quarta-feira (24hs de Brasília) sua nova estratégia para tentar aplacar as tensões sectárias e buscar a estabilidade política e econômica do Iraque. Segundo informou nesta segunda-feira o jornal The New York Times, as mencionadas mudanças contemplam uma maior inclusão dos sunitas no processo político iraquiano, a distribuição dos ingressos do petróleo, o possível envio de mais 20 mil soldados norte-americanos a Bagdá e a flexibilização da política iraquiana em relação aos membros do extinto partido Baas, do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. O jornal, que cita altos funcionários da Administração norte-americana, afirma que as exigências ao governo do primeiro-ministro iraquiano, o xiita Nouri al-Maliki, deverão ser cumpridas dentro de prazos concretos, embora as mencionadas fontes tenham evitado indicar quais seriam as "penalizações específicas" caso isso não ocorra. Entre os objetivos, figura também a pronta realização de eleições provinciais, que permitiriam aos sunitas, que boicotaram o pleito anterior, vencer os governos das províncias onde são maioria. Segundo o plano de metas, o governo iraquiano deve também auxiliar os sunitas através de um maior investimento nas zonas onde são maioria. O The New York Times assinala que grande parte dos fundos atribuídos para obras públicas na província de Anbar, por exemplo, nunca foi desembolsado pelo Executivo, que está dominado pelos xiitas. Esse fato, na opinião dos "altos funcionários" americanos, estimulou a oposição e as autoridades centrais no Iraque e entorpeceu as operações do Exército dos EUA contra a insurgência. "O desembolso por parte do governo iraquiano em Bagdá de fundos para as províncias, sobretudo as sunitas, foi lento ou inexistente", disse uma das fontes. "Isso tem que mudar". Esse alto funcionário ressaltou que os EUA "não mantêm um compromisso sem limites (com o atual governo do Iraque)". "Estamos impondo requisitos e expectativas concretas ao governo iraquiano", concluiu. Aviso democrata A nova presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, avisou ao presidente Bush que ele terá que justificar um eventual aumento das tropas norte-americanas no Iraque. Por meio de seu plano de metas para o país, Bush pode anunciar o envio de mais 20 mil soldados para Bagdá. "Se o presidente quer aumentar sua missão, ele terá que se explicar", disse Pelosi a um programa da rede de televisão CBS News. "E isso seria uma novidade para ele, pois até agora o Congresso tem dado um cheque em branco para ele". A controversa estratégia do governo Bush para o Iraque tem gerado repercussões negativas entre democratas e até mesmo entre alguns republicanos. O líder democrata no Senado, Harry Reid, também informou que é contra o aumento das tropas em Bagdá.

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