Bush revisa estratégia norte-americana para o Iraque

"Nosso objetivo no Iraque é claro e inalterável", afirmou o presidente dos EUA

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Por Agencia Estado
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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, revisou neste sábado sua estratégia para o Iraque com os responsáveis militares da região, e descartou possíveis mudanças drásticas para enfrentar a crescente onda de violência que vem assolando o país. "Nosso objetivo no Iraque é claro e inalterável", afirmou Bush em seu discurso radiofônico. O presidente esclareceu que, embora esse objetivo não tenha sido alterado, as táticas para alcançá-lo podem mudar. "Nossos comandantes no terreno estão ajustando constantemente sua estratégia para adiantar-se ao inimigo, sobretudo em Bagdá", afirmou Bush, que se reuniu neste sábado na Casa Branca com John Abizaid, chefe do Comando Central dos EUA e principal responsável militar do país para o Oriente Médio. Também estiveram presentes na reunião o secretário de Defesa Donald Rumsfeld; o chefe do Estado-Maior conjunto das Forças Armadas Peter Pace; o conselheiro de Segurança Nacional Stephen Hadley, e outros altos funcionários. "Este foi o terceiro encontro de uma série de consultas entre o presidente e seus comandantes no Iraque", disse à Efe Nicole Guillemard, porta-voz da Casa Branca, assinalando ainda que o presidente deve reunir-se outra vez com o mesmo grupo nas próximas semanas. A Casa Branca tentou minimizar a importância da reunião, assegurando que se trata de algo rotineiro. Diversos analistas, no entanto, afirmam que a presença dos generais na Casa Branca é algo incomum. A CNN informou que Abizaid viajou para Washington exclusivamente para o encontro. Segundo a Casa Branca, o general voltou ao país para tirar alguns dias de folga. Para Henri Barkey, professor de relações internacionais da Universidade Lehigh na Pensilvânia, a reunião confirma "o sentido de urgência" que se percebe por causa da crescente violência sectária. Segundo Barkey, aumenta a cada dia a percepção de que a estratégia para o Iraque é um fracasso. Ao menos 75 soldados morreram no Iraque em outubro, um dos meses mais sangrentos desde o início da invasão americana, em março de 2003. Cerca de 100 iraquianos morrem diariamente no país árabe, segundo dados das Nações Unidas. Fracasso O general William Caldwell, porta-voz das forças americanas no Iraque, reconheceu esta semana que a operação para recuperar o controle de Bagdá não funcionou, ajudando a reforçar a impressão de que a situação está fora de controle. Bush afirmou também que os EUA não irão retirar suas tropas do campo de batalha até que a missão esteja completa. O presidente dos Estados Unidos respondia assim à oposição democrata, que na sexta-feira pediu a ele a retirada de parte das tropas americanas do país. "Alguns em Washington dizem que a retirada do Iraque faria com que ficássemos mais seguros", disse hoje Bush, que afirma que essa decisão transformaria o Iraque em um paraíso para os terroristas que tentam atacar os EUA.

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