10 de abril de 2010 | 00h00
O ex-presidente americano George W. Bush e seus colaboradores sabiam que muitos dos presos em Guantánamo eram inocentes, mas os mantiveram presos por razões políticas, afirmou o ex-secretário de Estado Colin Powell em um documento ao qual a agência France Presse teve acesso.
O coronel Lawrence Wilkerson, que foi chefe de gabinete de Powell, conta em uma declaração que acompanha uma demanda apresentada por um ex-detento de Guantánamo, como se descobriu que a maioria dos detidos tinha sido presa por erro. No documento, datado de 24 de março, mas divulgado na quarta-feira pelo jornal The Times, Wilkerson afirma que o então vice-presidente, Dick Cheney, e o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, sabiam que a maioria dos primeiros 742 detidos enviados à base americana de Guantánamo, em 2002, era inocente, mas consideravam que era "politicamente impossível libertá-los".
Falei da questão dos detentos de Guantánamo com Powell. Soube que ele acreditava que não apenas o vice-presidente Cheney e o secretário Rumsfeld, mas também o presidente Bush, estavam envolvidos em todo o processo de tomada de decisões de Guantánamo", escreveu o coronel.
Wilkerson afirma que muitos desses prisioneiros, cujas idades oscilavam entre os 12 e os 93 anos, foram entregues aos EUA pelas forças afegãs e paquistanesas em troca de somas de dinheiro ? até US$ 5 mil ? e sem provas do motivo pelo qual haviam sido capturados. Ele diz que Cheney e Rumsfeld achavam que "ter gente inocente em Guantánamo durante anos era justificável por causa da ampla guerra ao terrorismo" e o pequeno número de responsáveis pelo 11/09. /
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