Bush se diz preocupado com suicídios em Guantánamo

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Por Agencia Estado
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O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, assegurou neste sábado que o presidente George W.Bush expressou sua "profunda preocupação" com o suicídio de três prisioneiros de Guantánamo. Os prisioneiros, detidos na base naval de Guantánamo, dois sauditas e um iemenita, se suicidaram em suas celas. Segundo um porta-voz militar americano, eles se enforcaram com roupas e lençóis. Bush foi informado das mortes pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, em sua residência em Camp David (Maryland). O Departamento de Estado entrou em contato com os Governos da Arábia Saudita e do Iêmen. Após informar que Bush ficou preocupado com o incidente, Snow ressaltou que o presidente americano exigiu que os corpos dos presos sejam tratados com o devido respeito e de acordo com os costumes muçulmanos. O porta-voz presidencial disse ainda que não há indícios de que os suicídios estejam relacionados com a morte na quinta-feira do chefe da Al Qaeda no Iraque, o terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarqawi. O general John Craddock, chefe do Comando Sul Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, disse em entrevista coletiva que os guardas do Campo 1, em Guantánamo, encontraram os três presos inconscientes pela manhã. O Comando Sul, que tem jurisdição militar sobre Guantánamo, em Cuba, informou que "imediatamente o pessoal médico fez todos os esforços possíveis para reanimá-los". Craddock ressaltou que, apesar disso, "um médico certificou suas mortes pouco depois". O contra-almirante Harry Harris, chefe da Força de Tarefas Conjunta responsável pelo campo de prisioneiros, afirmou na mesma entrevista que "os suicídios não foram um ato de desespero". "Foram um ato de guerra", acrescentou o militar. Desde o início da guerra global dos Estados Unidos contra o terror, em setembro de 2001, as forças militares e agências de segurança capturaram, interrogaram e transferiram milhares de pessoas em dezenas de países. Quase 760 homens passaram por Guantánamo. Atualmente, há 462 presos na base. Ao longo de quase cinco anos houve mais de 40 tentativas de suicídios, mas os de hoje foram os primeiros em que os prisioneiros conseguiram seu intento.

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