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Bush se encontra com Uribe e tenta incentivar a Colômbia

Presidente americano conversará com líder de seu maior aliado na América Latina

Por Agencia Estado
Atualização:

George W. Bush se tornará neste domingo, 11, o primeiro presidente dos EUA desde Ronald Reagan a visitar Bogotá, durante viagem em que tentará incentivar seu maior aliado na América Latina, no combate à mais antiga guerrilha da região e ao tráfico de drogas. Bush se encontrará com o presidente conservador, Alvaro Uribe, no país que é um dos maiores receptores de ajuda americana, durante sua viagem de uma semana por cinco países latino-americanos. Preocupado com a crescente influência anti-EUA do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, Bush tenta melhorar as relações com líderes de direita e da esquerda moderada na América Latina, onde a guerra no Iraque e as políticas de comércio e imigração tornaram sua figura profundamente impopular. Apesar de Bush já ter passado pela Colômbia, ele será o primeiro chefe do Executivo dos EUA a visitar a capital do país desde 1982. O encontro com Uribe visa ressaltar as melhorias de segurança no governo do líder mais próximo dos EUA na região. Segurança No entanto, a Casa Branca não está tão confiante a ponto de deixar Bush passar a noite no país. A polícia nacional advertiu para o perigo de ataques de rebeldes esquerdistas durante a viagem e foi montado um enorme esquema de segurança para a visita. Bush passará a maior parte do tempo no Palácio Narino, em Bogotá, que é um dos locais mais vigiados da Colômbia. "O presidente quer encontrar-se com Uribe para demonstrar o apoio dos EUA à Colômbia", disse Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca. Recentemente, um escândalo ligando aliados de Uribe a gangues paramilitares de direita levou alguns democratas a questionarem o pedido da Casa Branca de US$ 3,9 bilhões para mais ajuda à Colômbia nos próximos sete anos, além da validade do acordo de comércio com o país. Vizinho de Chávez A visita a Bogotá colocará Bush ao lado do país de Chávez, mas o presidente venezuelano não estará em casa. O populista está fazendo uma viagem pela região para desafiar Bush e chamou o presidente americano de hipócrita e imperialista. Bush recusou-se a mencionar nominalmente Chávez nas passagens pelo Brasil e pelo Uruguai, onde aproximou-se de líderes esquerdistas orientados para o mercado, que ele espera que balanceiem o poder de Chávez e sua busca por uma revolução socialista na região. "Vim para a América do Sul e para a América Central para avançar em uma diplomacia positiva e construtiva, em defesa do povo americano". disse Bush no Uruguai no sábado, 10. O presidente americano está divulgando uma mensagem mais leve, de alívio da pobreza, na região onde o avanço da democracia pouco fez para diminuir as diferenças entre ricos e pobres. Como resultado do ceticismo em relação à transformação de Bush, a viagem disparou protestos. Seu comboio passou por manifestantes com bandeiras que diziam "Bush assassino" e "Bush genocida" na noite de sábado, na capital uruguaia. Chávez, que passa o segundo dia na Bolívia antes de partir para a Nicarágua na noite deste domingo, quando Bush irá para a vizinha Guatemala, culpa as políticas dos EUA pela pobreza. Incentivos ao aliado Na Colômbia, Bush deverá concentrar-se na luta de Uribe contra a mais antiga guerrilha da América Latina e contra o comércio de cocaína. Bogotá recebeu mais de US$ 4 bilhões em ajuda dos EUA desde 2000, principalmente militar. Bush deverá tentar também reassegurar Uribe sobre o acordo de livre comércio assinado no ano passado. Os democratas que agora controlam o Congresso dos EUA exigiram mudanças. Depois da Colômbia, Bush viaja para Guatemala e México, dois países que também são governados pela direita, em contraste com a tendência na América Latina.

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