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Bush se esforça para evitar ruptura na coalizão

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto o chanceler britânico, Jack Straw, reconhecia hoje que "a situação no Iraque é a mais grave em mais de um ano de guerra", o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se esforçava para evitar uma ruptura na coalizão que apóia a campanha militar. Ante a intensificação da violência no Iraque, Bush telefonou hoje, de sua propriedade em Crawford, no Texas, para os líderes de Itália, Polônia e El Salvador, países com uma grande presença militar no território iraquiano, para analisar a situação do conflito. Segundo o porta-voz da Casa Branca, Scott McClellan, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, e os presidentes da Polônia, Alexander Kwasniewski, e de El Salvador, Francisco Flores, reafirmaram a Bush "o compromisso de ajudar o povo iraquiano a alcançar seu objetivo de transformar o Iraque num país livre e democrático". Todos eles, acrescentou McClellan, expressaram sua disposição de continuar lutando contra "uma minoria de extremistas que tenta arruinar, pelo uso da violência, o processo de transição à democracia". A Itália tem 3.000 soldados no Iraque, a Polônia tem 2.400 e El Salvador, 800. Até agora, morreram 17 soldados italianos, um polonês e um salvadorenho em combates com a resistência iraquiana. O secretário de Estado americano, Colin Powell, reconheceu que o recente aumento das baixas americanas no Iraque é "inquietante", acrescentando que "os países da coalizão estão sob mais dificuldades por causa das circunstâncias". Powell, no entanto, reiterou que são exageradas as comparações com a Guerra do Vietnã, afirmando que "nos próximos poucos dias ou semanas" as forças americanas terão controlado a onda de revolta xiita e sunita no país. O secretário afirmou que, nos próximos dias, os EUA apresentarão uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU que permita a adesão de outros países à coalizão. A intensificação da violência no Iraque ameaça abalar a frágil coalizão de 33 países que se aliaram aos EUA e decidiram apoiar - à margem de qualquer resolução das Nações Unidas - a ação militar contra o regime de Saddam Hussein. O recém-eleito governo espanhol, de José Luis Rodríguez Zapatero, já anunciou que retirará seus 1.300 soldados do Iraque a partir de 30 de junho, caso a presença militar no país não receba o aval formal da ONU. Temendo se converterem em alvos dos insurgentes iraquianos, Ucrânia, Bulgária, Casaquistão e Tailândia não descartam a possibilidade de remover seus contingentes do país. Nova Zelândia e Cingapura anunciaram que chamarão seus homens de volta. O governo de outros países da aliança, como a Austrália, sofrem intensa pressão interna para trazer os soldados de volta.

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