PUBLICIDADE

Bush vai assinar lei para construir muro na fronteira mexicana

Os EUA pretendem gastar US$ 1,2 milhão na vigilânca da fronteira

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente George W. Bush deve assinar nesta quinta-feira, 26, a lei que autoriza a construção de um muro de 1.125 quilômetros, na fronteira dos Estados Unidos com o México. Como a medida é extremamente impopular, e o congresso norte-americano está em pleno período eleitoral, os republicanos tentam minimizar o impacto negativo da lei justificando que empreenderam a ação para combater a imigração ilegal. A medida que Bush promulgará nesta quinta-feira não fala em quantia de dinheiro que deverá ser gasta para a construção do muro. No entanto, outra medida de segurança promulgada por Bush no início do mês garante um pagamento adiantado de US$ 1,2 milhão para construir o muro. A promulgação da lei contrasta com a falta de apoio para a aprovação de uma proposta mais ampla de Bush no Congresso. O presidente norte-americano pretende obter a aprovação, entre os parlamentares, de um projeto para a concessão de cidadania americana para 12 milhões de trabalhadores imigrantes que estão ilegalmente no país. Em plena campanha para manter a maioria republicana no Congresso, Bush afirmou, nesta quarta-feira, que seria mais fácil conseguir a aprovação de seu programa de "trabalhadores hóspedes" se os republicanos mantivesse o controle do parlamento, nas eleições de 7 de novembro. O Departamento de Segurança Interna tem ampla liberdade sobre como gastará o dinheiro disponível para a construção do muro. A quantia também pode ser utilizada para a construção de bloqueios nas estradas, iluminação, equipamento de alta tecnologia e outras ferramentas necessárias para vigiar a fronteira. Uma fonte para críticas A construção de um muro de 1.200 quilômetros entre a fronteira dos Estados Unidos com o México tem sido alvo de protestos de várias lideranças mexicanas. O presidente Vicente Fox, que está prestes a deixar o cargo, classifica a ação como "vergonhosa" e compara a medida ao Muro de Berlim. O chanceler mexicano, Luis Ernesto Derbez, foi além durante uma conferência na principal universidade do país, na cidade de Monterrey. Para ele, o muro "é uma bobagem que se mostrará inútil". "Um insulto, que não pode acontecer entre amigos", acrescentou. Segundo ele, assim que for concluído o muro ao longo da fronteira com o México, os EUA teriam que levantar novas barreiras no litoral e na divisa com o Canadá. Derbez citou números da Câmara Americana de Comércio, que calcula que os EUA precisam de 750 mil trabalhadores temporários por ano. Hoje o México, segundo Derbez, responde por 400 mil deles.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.