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Cabul prende dono de TV por programa ''indecente''

Por NYT
Atualização:

Em um episódio que deverá reacender o debate sobre o papel do Islã no Afeganistão após a queda do Taleban, Fahim Khodamani, proprietário de uma emissora de TV, acabou preso por ter-se recusado a censurar imagens de mulheres dançando com minissaias. Desde a invasão dos Estados Unidos, em 2001, as redes de TVs - terminantemente vetadas pelo governo taleban - proliferaram no Afeganistão. Apesar do fim do governo fundamentalista, o país manteve um código de leis religiosas ultraconservador, com forte respaldo da população. Segundo o Ministério da Cultura, militantes taleban têm usado transmissões televisivas como as da emissora de Khodamani para recrutar militantes, sob o argumento de que o atual governo está pervertido pelos valores ocidentais. Várias TVs do Afeganistão cortam ou colocam filtros em cenas em que aparecem mulheres. A regra é mostrar o rosto e, no máximo, parte do pescoço. Para evitar ser censuradas, as empresas adotam políticas ultraconservadoras, que garantem a "transmissão segundo os limites do islã", como prevê a lei nacional. Em um dos programas de Khodamani, uma mulher aparecia saindo de uma piscina com um vestido colado ao seu corpo. A cena causou furor e autoridades passaram a ameaçá-lo. Por recusar a autocensura, ele acabou preso.

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