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Câmeras flagraram um dos militantes suicidas de Istambul

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dos dois militantes suicidas que atacaram duas sinagogas turcas no sábado foi filmado por câmeras de segurança pouco antes de detonar a caminhonete que dirigia carregada com 400kg de explosivos, informou hoje o ministro do Interior turco, Abdulkadir Aksu. De acordo com reportagens divulgadas pela imprensa local, os dois militantes eram turcos, mas Aksu garantiu que a identidade dos extremistas ainda não foi determinada. Os atentados simultâneos contra as sinagogas de Istambul - Neve Shalon, no histórico subúrbio de Beyoglu, e Beit Israel, em Sisli -, mataram 24 pessoas (entre elas sete judeus) e feriram mais de 300. A maior parte das vítimas era composta por muçulmanos turcos que moram na região ou estavam de passagem. "As cenas (gravadas pelo circuito de TV de Neve Shalon) não são muito claras, mas vamos identificar os terroristas", destacou. Ele revelou também que as câmeras filmaram as chapas dos dois veículos, permitindo identificar seus proprietários. Um deles foi preso. Ele negou envolvimento, dizendo que tanto seu veículo quanto seus documentos foram roubados no início do ano. Por sua vez, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, destacou que não está confirmada a autenticidade de supostos comunicados da Al-Qaeda (à TV Al-Jazira, do Catar, e ao correio eletrônico do jornal Al-Quds Al-Arabi, editado em Londres), assumindo a autoria do atentado, por meio das Brigadas Abu Hafs al-Masri, sob alegação de que a Turquia abriga agentes israelenses. "Vamos capturar os responsáveis por isto", prometeu Tayyip Erdogan, destacando que suspeitos de terem apoiado os extremistas estão sendo interrogados. Ele ressaltou que nenhum grupo extremista turco teria capacidade para cometer atentados dessa magnitude sozinho. Ressaltou, no entanto, que os explosivos (de sulfato de amônia, nitrato e combustível de petróleo) foram fabricados em Istambul. Diversos países europeus enviaram mensagens de pesar à Turquia. Cemil Cicek, porta-voz do Ministério da Justiça, qualificou algumas delas de "lágrimas de crocodilo" pelo apoio que seus signatários dariam ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, por suas iniciais em curdo), grupo considerado terrorista por Ancara. "Alguns governos que manifestam condolências deveriam revisar a consciência", disse Cicek após reunião do gabinete para avaliar a situação. Os atentados tiveram reflexos negativos nas Bolsas de Valores de Nova York, Ancara e Tóquio devido a temores de que a Al-Qaeda poderia estar cumprindo suposta ameaça recente de atacar Inglaterra, Itália, Austrália e Japão por colaborarem com os Estados Unidos na ocupação do Iraque. O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, disse hoje que o Japão não se deixará intimidar e enviará tropas ao país árabe.

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