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Cameron critica bloqueio e diz que Gaza é 'campo de prisioneiros'

Durante visita a Ancara, premiê britânico também denfendeu entrada da Turquia na UE.

Por BBC Brasil
Atualização:

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, condenou nesta terça-feira o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza, descrevendo o território palestino como uma "campo de prisioneiros" durante uma visita a Turquia. "Não se pode permitir que a Faixa de Gaza continue como um campo de prisioneiros", afirmou Cameron. "Há muito tempo nós temos apoiado o fim do bloqueio a Gaza", disse. "Há muito tempo nós apoiamos que seja permitido o acesso humanitário adequado, e embora algum progresso tenha ocorrido, ainda temos uma situação em que é muito difícil entrar, é muito difícil sair, é muito difícil trazer e sair com materiais que são necessários." "As pessoas em Gaza estão vivendo sob ataques e pressão constantes, em uma prisão a céu aberto." Israel e o Egito mantêm desde junho de 2007 um bloqueio a Faixa de Gaza que restringe o trânsito livre de produtos e pessoas para dentro ou para fora do território, governado pelo grupo militante palestino Hamas. Um porta-voz da embaixada israelense em Londres afirmou que os moradores da Faixa de Gaza são prisioneiros do grupo Hamas, considerado por alguns países, entre eles Israel, uma organização terrorista. "A situação em Gaza é o resultado direto do governo e das prioridades do Hamas", afirmou o porta-voz. 'Pirataria' Cameron também criticou Israel pelo ataque de suas forças contra uma frota de navios que levava suprimentos para a Faixa de Gaza, há cerca de dois meses. A ação israelense do dia 31 de maio contra a frota de seis barcos, que pretendia furar o bloqueio imposto por Israel ao território palestino para entregar ajuda humanitária, deixou nove mortos, cidadãos turcos, e gerou fortes críticas internacionais contra Israel. Durante uma coletiva juntamente com Cameron, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, descreveu o ataque contra a frota como um ato de "pirataria". "Israel deve pedir desculpas o mais rápido possível, pagar indenização e suspender o bloqueio", afirmou Erdogan. Depois do ataque, a Turquia retirou seu embaixador e suspendeu exercícios militares conjuntos com Israel. O governo turco também vem exigindo desde então um pedido de desculpas de Israel, que vem se recusando a fazê-lo. União Europeia Durante sua visita a Ancara, David Cameron também falou de seu apoio à entrada da Turquia na União Europeia. "Achei, durante nossas conversas, que há realmente uma visão em comum entre nós (Grã-Bretanha e Turquia). Acreditamos em livre iniciativa, acreditamos na Otan e em defesa, queremos que a Turquia se transforme em um membro da União Europeia", afirmou. O premiê turco, por sua vez, afirmou que todos os partidos políticos da Grã-Bretanha apoiam a entrada da Turquia no bloco europeu. "Esta observação é muito importante, pois nos sete anos e meio que estamos no poder aqui na Turquia, sempre tivemos grande apoio de governos britânicos", afirmou Erdogan. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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