20 de julho de 2010 | 11h49
Cameron esperava usar sua primeira visita oficial à Casa Branca para marcar sua posição como homem de Estado e aprofundar seu relacionamento com o presidente Barack Obama. Em vez disso, ele está sendo forçado a se concentrar na decisão do governo britânico, tomada em agosto do ano passado, de libertar al-Megrahi e enviar o prisioneiro - que sofre de câncer - para a Líbia, seu país de origem. "Como líder da oposição eu não pude deixar mais claro que considerei que a decisão de libertar al-Megrahi foi completa e totalmente errada", disse Cameron à BBC.
O primeiro-ministro afirmou à Rádio Pública Nacional, em entrevista concedida hoje, que acredita que al-Megrahi "deveria morrer na prisão", mas afirmou que a BP não influenciou na decisão do governo escocês de libertar o prisioneiro por motivos humanitários. "Foi o governo escocês que tomou a decisão. Eles adotaram a medida após um processo e decidiram o que consideraram correto por razões humanitárias. Eu acho que foi uma decisão incorreta", afirmou.
Na reunião de hoje, Cameron e Obama vão discutir uma série de questões urgentes. Dentre as principais está o Afeganistão. A Grã-Bretanha tem sido um importante parceiro militar no país asiático, mas terá de fazer inevitáveis cortes orçamentários, além de enfrentar a impopularidade da guerra entre os britânicos. O primeiro-ministro disse que quer retirar os 10 mil soldados britânicos do Afeganistão até a próxima eleição, que deve acontecer até 2015.
Congresso
Ambos também devem discutir as perspectivas para o processo de paz no Oriente Médio e a economia global. Mas embora os dois lados tentem deixar de lado a questão da BP, eles reconhecem que o assunto deve surgir. Cameron também deve ser questionado sobre o assunto em encontros com líderes do Congresso.
Na tarde de hoje, Cameron vai se reunir com legisladores norte-americanos que pediram a realização de uma investigação sobre o lobby da BP junto ao governo britânico sobre a libertação de al-Megrahi. Segundo o escritório do premiê, uma investigação do governo britânico a respeito do assunto "não é levada em consideração atualmente".
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