Caminho para derrotar EI é longo, diz CIA; mortos na Turquia sobem para 42

Presidente dos EUA conversa com líder turco e oferece ajuda nas investigações do ataque ao aeroporto de Istambul; diretor da agência de inteligência admite que combate ao grupo extremista sunita está longe de alcançar progresso significativo

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Por Redação
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ANCARA - A CIA alertou nesta terça-feira, 29, que um ataque similar ao ocorrido na noite de terça-feira no Aeroporto Kemal Ataturk, em Istambul, que matou 42 pessoas, que o Estado Islâmico seguirá com ataques similares, apesar dos esforços da coalizão liderada pelos EUA para derrotá-lo. Para o diretor do órgão, John Brennan, o atentado de Istambul tem “a marca” do EI. 

"Temos feito alguns progressos na Síria e no Iraque, mas a habilidade do EI de propagar sua narrativa e incitar e organizar esses ataques continua", disse Brennan em evento no centro de estudos Council on Foreign Relations. "Acredito que demorará um tempo até que possamos fazer progressos significativos para parar isso."

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Os governos da Turquia e dos Estados Unidos acreditam que o Estado Islâmico seja o responsável pelo atentado. O presidente Recep Tayyip Erdogan conversou com os presidentes americano, Barack Obama, e russo, Vladimir Putin, para discutir uma resposta aos ataques.

"A nossa avaliação é que o Estado Islâmico continua a ganhar forçar", disse o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, em pronunciamento na TV. As primeiras investigações conduzidas pela polícia turca, ainda na terça à noite apontavam que o atentado condizia mais com a linha de atuação do EI - de atacar civis indiscriminadamente - que a dos separatistas curdos do PKK, que preferem alvos do Estado. 

Apesar dos indícios, ainda não havia atéo fim da noite destaquarta-feira provas ou um reconhecimento da autoria do ataque por parte do grupo. Em Washington, o diretor da CIA, John Brennan afirmou que o atentado de Istambul tem as características do Estado Islâmico. 

Um dia depois do ataque, foram revelados detalhes da ação. O primeiro terrorista invadiu o aeroporto, trocou tiros com a polícia e se explodiu. Os outros dois homens-bomba aproveitaram-se do caos que se seguiu e invadiram o terminal para atacar.

“Quando os terroristas não conseguiram passar pelos controles de segurança, tiraram as armas de suas malas e começaram a disparar”, disse o premiê turco. “Um se explodiu do lado de fora e os outros dois aproveitaram o pânico para entrar e se explodir lá dentro.”

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Imagens feitas por testemunhas do atentado divulgadas ontem pela imprensa turca mostram a destruição no saguão do aeroporto, com destroços por todos os lados e os bombeiros tentando combater as chamas provocadas pelas explosões. 

Diplomacia. Na conversa que tiveram pela manhã, Obama ofereceu a Erdogan condolências e ajudas nas investigações sobre o atentado contra o aeroporto de Istambul ocorrido ontem, que deixou pelo menos 41 mortos e 200 feridos.

“Esta manhã, o presidente falou por telefone com o presidente Erdogan da Turquia”, afirmou Josh Earnest, porta-voz da Casa Branca aos jornalistas que acompanham Obama em sua viagem a Ottawa, a capital canadense, para participar da Cúpula da América do Norte junto com os líderes de Canadá e México. “No contexto desse telefonema, o presidente Obama"ofereceu assistência aos turcos nas investigaçõesdo ataque e para fortalecer a segurança no país.”

O porta-voz afirmou ainda que o presidente também ofereceu suas profundas condolências em nome do povo dos EUA pelas vidas perdidas no atentado contra o aeroporto.

O porta-voz da Casa Branca evitou se posicionar sobre o papel do Estado Islâmico no atentado e se limitou a assegurar que qualquer informação que possa ser útil para a investigação turca será compartilhada com as autoridades.

Sem dar mais detalhes , o governo turco atualizou no fim da tarde de ontem o número de vítimas, com 42 mortos e 239 feridos. Dos mortos, 37 já foram identificados, dos quais 10 são estrangeiros e 3 têm dupla nacionalidade, detalha o comunicado, enquanto 19 corpos já foram entregues às suas famílias. / EFE, REUTERS e AFP

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