WASHINGTON - A campanha do pré-candidato democrata à indicação presidencial dos Estados Unidos, Bernie Sanders, negou na segunda-feira que sua rival Hillary Clinton já tenha conseguido os delegados necessários para ser a candidata do partido, e criticou os veículos de imprensa ao considerar que eles não respeitam as normas do processo de primárias.
Em comunicado, o porta-voz de Sanders, Michael Briggs, lamentou que os veículos de imprensa, "em uma sentença prematura, ignorem a clara orientação do Comitê Nacional Democrata de que não se pode contar os votos dos 'superdelegados' antes que os mesmos votem na convenção".
A emissora NBC informou que, segundo seus cálculos, após a vitória de Hillary em Porto Rico e com os novos apoios conseguidos nos últimos dias por parte dos "superdelegados" - cargos eleitos e orgânicos do partido com liberdade para apoiar qualquer candidato, independente das votações nas primárias -, a ex-secretária de Estado superou os 2.383 delegados necessários para obter a candidatura.
"Hillary não tem, nem terá o número necessário de delegados obtidos nas urnas para conseguir a indicação. Dependerá dos 'superdelegados' que não votarão até o dia 25 de julho (data da Convenção do Partido Democrata na Filadélfia) e que podem mudar de opinião até lá", disse Briggs.
O porta-voz de Sanders lembrou que, entre a enorme maioria dos "superdelegados" que ofereceram apoio publicamente à ex-secretária de Estado, há "mais de 400" que o fizeram 10 meses antes do início do processo de primárias e antes que outro candidato se apresentasse.
As contas da NBC dão a Hillary 2.384 delegados, um a mais que o mínimo requerido, entre os quais estão incluídos 1.812 delegados conseguidos nas urnas durante as primárias e 572 "superdelegados". Sanders, por sua vez, tem um total de 1.566 delegados, sendo que 1.520 deles foram obtidos nas urnas e apenas 46 são "superdelegados".
A grande desproporção no número de "superdelegados" que apoiam Sanders é motivo de críticas constantes, tanto por parte do candidato como de seus simpatizantes, que asseguram que o processo de escolha está "corrompido" e "preparado" para que seja escolhido o candidato que conte com o respaldo do partido. /EFE