Camponeses que apóiam Evo Morales sitiam Cochabamba

Seguidores do presidente bloqueam estradas exigindo renúncia de governador

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Dezenas de camponeses seguidores do presidente Evo Morales começaram na terça-feira a bloquear as principais rotas entre a cidade de Cochabamba e o resto do país, para exigir a renúncia do governador do Departamento (Estado), Manfred Reyes Villa, que defende mais autonomia para a região. Um dia depois do confronto entre policiais e manifestantes que deixou 20 feridos, os camponeses redobraram o protesto interrompendo pontos de acesso à cidade, que fica 400 quilômetros a leste de La Paz e é capital do Departamento homônimo. "Há uns 30 pontos de bloqueio nas duas estradas Cochabamba -Santa Cruz e dois na estrada Cochabamba-La Paz", disse a polícia a jornalistas. O governador Reyes Villa está em confronto com Morales devido a sua recente proposta de convocar um referendo sobre a autonomia departamental, apesar de no ano passado a população de Cochabamba ter se manifestado em uma consulta contra uma maior independência. Além dos bloqueios, o centro de Cochabamba viveu um segundo dia consecutivo de passeatas. Na segunda-feira, vários carros e escritórios da sede do governo no centro da cidade foram incendiados. "Não renunciarei e que o governo respeite a democracia", disse Reyes Villa a jornalistas na noite de segunda-feira. Ele também respaldou a permanência do coronel Wilge Obleas como comandante policial de Cochabamba. O militar foi destituído na segunda-feira pelo governo nacional devido à repressão aos manifestantes, poucas horas depois de assumir o cargo. "O coronel Obleas está sob investigação", disse em La Paz Alex Contreras, porta-voz de Morales. A máxima autoridade católica da Bolívia, cardeal Julio Terrazas, pediu na terça-feira uma trégua em Cochabamba e defendeu um diálogo entre Reyes Villa e Morales. "É preciso cortar esses rompantes de violência, isso não pode continuar assim", disse Terrazas, que vive em Santa Cruz de la Sierra, capital econômica da Bolívia e forte reduto do movimento autonomista.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.