Canadá amplia uso medicinal da maconha

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os canadenses que padecem de doenças terminais e crônicas poderão, a partir de hoje, cultivar e fumar legalmente maconha ou designar a terceiros para que cultivem a planta. As novas regras são parte do primeiro sistema do mundo que inclui uma provisão de maconha paga e distribuída pelo governo, cujo cultivo está localizado em uma área da província nortista de Manitoba. Com as regras que entraram em vigor hoje muitas outras pessoas deverão juntar-se ao grupo de 292 canadenses que já estão isentos das leis federais que penalizam o cultivo e o consumo de cannabis. Alguns especialistas locais acreditam que as novas normas criam obstáculos burocráticos e põem os médicos em uma situação incômoda de receitar um produto que eles não conhecem bem. No entanto, defensores do uso medicinal da maconha em outras partes do mundo elogiaram o sistema canadense. "Invejamos os canadenses, que até se dão ao luxo de se queixarem dos detalhes do programa", disse Chuck Thomas, dirigente de uma campanha pelo uso medicinal da droga nos Estados Unidos. "Nos parece ser um sistema sensato". Oito Estados norte-americanos já deram alguns passos para a autorização da maconha com fins médicos. Mas a Corte Suprema decidiu neste ano que não há exceções à lei federal, de maneira que até aqueles consumidores especiais que estão respaldados por jurisdições locais poderiam ser enquadrados na lei. No Canadá, a ministra da Justiça, Anne McLellan, afirmou que a descriminação da maconha merece um estudo mais aprofundado, e a própria Corte Suprema aceitou estudar a constitucionalidade das leis criminais sobre o assunto. O governo canadense adotou as novas normas de saúde depois que uma decisão judicial o abrigou a encontrar maneiras de permitir o acesso à maconha às pessoas que necessitem da droga por motivos de saúde. As normas abraçam os doentes terminais com previsão de morte em menos de um ano; aqueles que padecem de sintomas associados com doenças graves; ou aqueles cujo estado não melhora com tratamentos convencionais. As doenças incluem artrite grave, câncer, aids e esclerose múltipla.

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