PUBLICIDADE

Canadá: Sobe a 20 cifra de mortos em descarrilamento

Por AE
Atualização:

O diretor-presidente da empresa cujo trem descarrilou e explodiu no fim de semana no Canadá atribuiu a tragédia a um engenheiro que não teria acionado corretamente os freios da composição. Enquanto isso, mais cinco corpos foram encontrados no local da explosão, elevando a 20 o número de mortes confirmadas. Trinta pessoas continuam desaparecidas e as autoridades locais comunicaram aos familiares que é improvável que elas sejam encontradas com vida.Edward Burkhardt, diretor-presidente da Rail World Inc., esteve no local nesta quarta-feira e disse que o engenheiro ferroviário em questão está suspenso sem direito a salário."Acho que ele fez alguma coisa errada. Acreditamos que ele tenha acionado os freios de mão, mas a questão é se ele os acionou corretamente", disse Burkhardt. "Ele afirmou ter acionado 11 freios manuais, mas nós achamos que não é verdade. Inicialmente nós acreditamos nele, mas agora não mais."Além dos 20 mortos, a tragédia de Lac-Megantic, na província canadense de Québec, deixou 30 pessoas desaparecidas e destruiu 30 edifícios no centro da cidade de 6 mil habitantes. Até agora, apenas uma das vítimas foi identificada.Ontem, a polícia canadense anunciou a abertura de uma investigação criminal do caso.Na noite de terça-feira, rodeado de repórteres ainda no aeroporto de Trudeau, em Montreal, Burkhardt deu a entender que os bombeiros que apagaram o incêndio pouco antes da explosão também são culpados do acidente."Nós temos responsabilidade pelo acidente. Não temos responsabilidade total, temos responsabilidade parcial", afirmou Burkhardt.Hoje, entretanto, Burkhardt disse ao visitar Lac-Megantic que um funcionário não acionou corretamente os freios da composição que provocou o acidente."É questionável se os freios foram usados corretamente", afirmou o Burkhardt. "Não acredito que um funcionário tenha removido os freios. Houve falha em acionar os freios corretamente."Na manhã desta quarta-feira, o inspetor da polícia de Québec, Michel Forget, explicou que o número de pessoas desaparecidas vinha mudando porque a todo momento se descobre que pessoas consideradas desaparecidas estão vivas. O inspetor descartou o "terrorismo" como causa da tragédia, mas disse que um gama de outras possibilidades continuam sendo investigadas, incluindo negligência criminosa.Também nesta quarta-feira, a primeira-ministra de Québec, Pauline Marois, criticou a operadora do trem pela demora em reagir e por não se comunicar com o público. Ela anunciou um fundo de US$ 60 milhões para ajudar as vítimas e a financiar a reconstrução da cidade.No sábado, o trem, com carregamento de petróleo, descarrilou e causou explosões que destruíram o centro da cidade de Lac-Megantic. O trem, supostamente a caminho de Maine, pertence à empresa Montreal Maine & Atlantic que possui mais de 800 quilômetros de trilhos nas regiões de Maine, Vermont, Québec e New Brunswick. A empresa carregou, aproximadamente, 3 milhões de barris de petróleo através da cidade no ano passado. Cada vagão tem capacidade para 30 mil barris. Fonte: Associated Press.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.