Candidata de oposição na Bielo-Rússia convoca novos protestos

Svetlana Tikhanovskaya tenta manter viva a pressão popular contra o presidente reeleito Alexander Lukashenko para forçar abertura de diálogo

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Por Redação
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MINSK - A candidata à presidência da Bielo-Rússia, Svetlana Tikhanovskaya, convocou nesta sexta-feira, 14, manifestações "pacíficas" em todo o país durante o fim de semana, para denunciar a violenta repressão dos protestos contra a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko.

"Peço a todos os prefeitos que organizem em 15 e 16 de agosto manifestações pacíficas em cada cidade", afirma em um vídeo divulgado na internet.

A candidata da oposição na Bielo-Rússia, Svetlana Tikhanovskaya. Foto: Sergei GAPON / AFP

Tikhanovskaya se refugiou na Lituânia no início da semana, depois de sofrer pressões do regime de Minsk, segundo o comando de sua campanha.

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Também denunciou uma "onda (de repressão) sanguinária", considerou a situação "crítica" e fez um apelo ao governo para que "interrompa isto e passe ao diálogo".

"Os bielo-rrussos nunca mais vão querer viver sob este poder", insistiu.

A opositora aplaudiu as correntes humanas, em muitos casos formadas por mulheres vestidas de branco, que se multiplicaram desde quarta-feira em todo o país, assim como as greves cada vez mais numerosas nas fábricas para reclamar o fim da repressão e eleições livres.

Mulheres organizaram protesto pacífico contra a violência policial nas manifestações da oposição. Foto: Sergei GAPON / AFP

Tikhanovskaya reivindicou a vitória nas eleições de 9 de agosto, quando obteve oficialmente 10% dos votos, e pediu ao presidente Lukashenko (80%), que governa o país há 26 anos, que ceda o poder.

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A reeleição de Lukashenko desencadeou no domingo várias manifestações que foram violentamente reprimidas durante a semana.

Ao mesmo tempo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu "sanções adicionais" para a Bielo-Rússia, após a repressão violenta dos protestos contra a reeleição de Lukashenko.

"Precisamos de sanções adicionais contra aqueles que violaram os valores democráticos ou abusaram dos direitos humanos na Bielo-Rússia", tuitou Von der Leyen, poucas horas antes de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do bloco sobre a crise.

A Alemanha também se mostrou favorável a sanções da União Europeia contra a Bielo-Rússia. "Do ponto de vista do governo, também temos que abordar sanções", afirmou o porta-voz do Executivo da Alemanha./ AFP

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