Candidato à presidência do Equador pede destituição de observador da OEA

Chefe da missão de observação teria dito que o candidato traria instabilidade institucional e democracia do tumulto para o país

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Por Agencia Estado
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O movimento Aliança País, que promove o esquerdista Rafael Correa como candidato à Presidência do Equador, pediu à Organização dos Estados Americanos (OEA) que substitua o chefe da Missão de Observação Eleitoral no país. A coligação acusa o argentino Rafael Bielsa de ter falado mal de Correa durante reunião privada na última sexta-feira. O pedido foi enviado neste sábado, 14, ao secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza. "De maneira educada, porém enérgica, exigimos que Bielsa deixe seu posto e abandone o país, e que a OEA designe, imediatamente, um substituto", diz trecho do documento, publicado no site do candidato. A aliança argumenta que, se a OEA ignorar o pedido, estará deslegitimado o espírito de cooperação e imparcialidade que deve cumprir no processo eleitoral. O chefe da comissão política da Aliança País, Gustavo Larrea, acusa Bielsa de parcialidade. "Ele não pode garantir a transparência do processo eleitoral." Bielsa teria dito, em reunião na casa do embaixador da Suíça em Quito, que Correa não é a pessoa mais apropriada para governar o país. O argentino teria criticado, ainda, a Assembléia Constituinte, proposta central de Correa. "A assembléia traria instabilidade institucional, afetando a democracia representativa em benefício de uma democracia do tumulto", teria dito Bielsa, segundo o site de campanha de Correa. A aliança enviou carta também ao chanceler da República Franciso Carrión pedindo reação do governo federal ao que eles classificam como uma "grotesca intromissão do senhor Bielsa". Segundo o instituto de pesquisas Cedatos, Correa tem 31,1% das intenções de voto. O candidato Álvaro Noboa obteve 25,2% da preferência dos eleitores. Neste domingo, os equatorianos votam para presidente, vice-presidente, representantes do Parlamento e outras autoridades. Treze candidatos à Presidência da República se inscreveram para as eleições. Para vencer em primeiro turno, o candidato precisa obter 40% ou mais dos votos válidos e superar por 10 pontos percentuais o segundo colocado. Se ninguém obtiver a maioria absoluta de votos, haverá segundo turno entre os dois mais votados em 26 de novembro. O novo governante assumirá o cargo em 15 de janeiro de 2007, para um mandato de quatro anos.

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