09 de abril de 2016 | 05h00
O candidato à presidência do Peru, Gregorio Santos, encerrou ontem sua participação na disputa eleitoral do mesmo modo que levou sua campanha: atrás das grades. Seu comício de encerramento ocorreu na Praça San Martín, no centro de Lima.
Seus eleitores puderam vê-lo convocar os peruanos a defender a moral no país por meio de um telão, onde um vídeo gravado na Penitenciária Piedras Gordas foi gravado.
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Governador de Cajamarca, no norte do Peru, Santos passou quase toda a campanha presidencial em prisão preventiva. Foi liberado por algumas horas no domingo passado, para participar do debate, no qual estiveram dez candidatos, e voltou para o xadrez.
No confronto de propostas, Santos teve de falar sobre a renegociação dos contratos internacionais de gás. Seu tema preferido, entretanto, é a segurança pública. Sua principal meta, se eleito e for libertado para poder assumir o governo, será reduzir a criminalidade no país com a ajuda de milícias formadas por agricultores. Outra promessa de campanha é realizar um referendo para reformar a Constituição peruana, promulgada em 1993.
Santos é acusado de corrupção, especificamente de participação em um esquema que fraudava licitações para favorecer uma empresa ligada a ele, que se apresenta como o único candidato realmente anticapitalista na disputa pela presidência peruana.
Pioneirismo. Popular no Departamento de Cajamarca, que governou de 2011 a 2014 e onde encabeçou protestos contra o projeto de mineração Conga, Santos aparece nas pesquisas de intenção de voto com índices que variam de 1% a 2%, o que o coloca em uma distante sexta posição.
Sua aprovação regional é tão grande que, mesmo depois de começar seu período na prisão, em julho de 2014, ele foi reeleito para o cargo, pelo partido esquerdista Movimento de Afirmação Social, em outubro, já atrás das grades, com 44% dos votos, em primeiro turno. Seu mandato vai até 2018 e está previsto que deixe a prisão em julho.
Ao ser nomeado, em dezembro, para disputar a presidência por seu partido, o Democracia Directa, Santos tornou-se o primeiro candidato presidencial a concorrer de dentro de uma penitenciária. Com a eleição em vias de ser decidida em um segundo turno, ele ainda não disse quem apoiaria em uma nova votação.
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