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Candidatos agora duelam no Parlamento da Ucrânia

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia depois de a Suprema Corte da Ucrânia ter anulado o segundo turno da eleição presidencial, os candidatos governista e oposicionista passaram a travar dura batalha no Parlamento para a aprovação de mudanças na legislação. Diante do impasse, o presidente do Parlamento, Vladimir Litvin, suspendeu as sessões por dez dias. "Surgiram reclamações com caráter de ultimato que impedem alcançar o consenso", afirmou Litvin. O candidato oposicionista e pró-Ocidente, Viktor Yushchenko, quer a aprovação de um pacote de emendas na legislação eleitoral, a dissolução da Comissão Eleitoral Central e outras mudanças para assegurar que o novo segundo turno, marcado para o dia 26, e a apuração não sejam fraudadas. Ele acusa a Comissão Eleitoral de envolvimento na fraude no segundo turno realizado em 21 de novembro. A comissão declarara o candidato governista, Viktor Yanukovych, vitorioso, apesar das evidências de fraude. Já os governistas propõem uma reforma constitucional para reduzir os poderes do presidente e ampliar os do Parlamento e, por conseqüência, do primeiro-ministro. Temendo a vitória de Yushchenko, tido como o favorito por analistas políticos, o presidente Leonid Kuchma e Yanukovych (atual primeiro-ministro) querem reduzir os poderes presidenciais para enfraquecê-lo. As duas partes haviam feito um acordo pelo qual os governistas endossariam as mudanças na lei eleitoral e a oposição aprovaria a reforma constitucional. Mas o acerto naufragou porque os aliados de Yushchenko decidiram só analisar as emendas após o novo segundo turno. O novo impasse levou de volta a Kiev os mediadores internacionais. O primeiro a chegar foi o secretário-geral da Organização para Cooperação e Segurança na Europa (OSCE), Jan Kubis. Eram esperados ainda os presidentes da Polônia, Aleksander Kwasnewski, e da Lituânia, Valdas Adamkus. Pela manhã, Yanukovych anunciou que não se retirará da campanha, contradizendo especulações de que poderia renunciar. Como Yanukovych fora declarado o vencedor do segundo turno, seus partidários, especialmente no leste e sul do país, já o consideravam presidente e agora protestam contra a decisão da Suprema Corte. Centenas de seguidores de Yushchenko prosseguiram hoje com o bloqueio de edifícios públicos em Kiev, dizendo que só liberarão a passagem quando Kuchma e Yanukovych deixarem seus cargos. A Rússia, grande derrotada pela decisão da Suprema Corte, reagiu com cautela. O país parabenizara Yanukovych pela vitória. Nos últimos dias, porém, passou a apoiar a proposta de Kuchma e Yanukovych de realização de nova eleição presidencial - estratégia que permitira ao governo ganhar tempo e indicar novo candidato, com mais chance de vencer Yushchenko.

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