Candidatos iniciaram campanha como azarões

Tanto Obama como McCain tiveram de derrotar máquina partidária para assegurar nomeação

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Por AP
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Há um ano, poucos apostariam numa eleição entre Barack Obama e John McCain. Ambos eram considerados "azarões" na disputa pela indicação de seus respectivos partidos. Na cúpula democrata, a ex-primeira-dama Hillary Clinton era a favorita por representar para os eleitores uma garantia de know-how de governo. Obama era carismático, mas tinha só 4 anos de carreira política nacional. Além disso, o fato de ser negro, ter raízes muçulmanas e nome árabe (Barack Hussein Obama) reforçava as dúvidas sobre sua elegibilidade num país onde o conservadorismo é grande e a "questão racial" (leia-se racismo), uma variável importante. O que permitiu a Obama vencer uma das famílias políticas mais poderosas dos EUA nas primárias foi a estratégia de campanha eficiente, a ousadia para explorar novos meios de propaganda e a sua capacidade de atrair financiamento. Outro fator crucial: o discurso da "mudança" supriu melhor as expectativas do eleitorado que o da "experiência", de Hillary. No lado republicano, no início das primárias, em janeiro, os mais cotados eram o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani e o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney. A maior desvantagem de McCain era sua idade: 71 anos. A vantagem, que fez a diferença, era o fato de não ser nem tão conservador nem tão próximo à Casa Branca como os outros pré-candidatos (com exceção de Giuliani). Num momento em que, atormentados pela impopularidade de George W. Bush, os republicanos não sabiam para onde correr, McCain apresentou-se como uma alternativa viável. É claro que os erros dos adversários também ajudaram. Giuliani naufragou no início da corrida pela indicação ao apostar todas as suas fichas na Flórida. Romney ficou sem dinheiro no meio da campanha. E McCain logo se viu sem rivais.

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