PUBLICIDADE

Candidatos peruanos encerram campanha com promessas de transformação

Por Agencia Estado
Atualização:

Os candidatos à presidência do Peru, Alan García e Ollanta Humala, encerraram suas campanhas eleitorais nesta sexta-feira, e ambos prometeram uma profunda transformação no país. Há três dias do segundo turno eleitoral, García foi aclamado na quinta-feira por milhares de seguidores na Praça dos Heróis Navais, em Lima. A capital abriga um terço do total dos eleitores do Peru. Ao mesmo tempo, Humala conseguiu lotar a Praça de Armas, em Cuzco, uma de suas maiores zonas eleitorais. Em seu comício, García prometeu governar "para todos" e aplicar "uma mudança responsável" que converta o Peru "no primeiro país" do Pacífico sul-americano. Ofereceu "uma transformação profunda", e disse que sua vitória seria um triunfo "da democracia frente ao militarismo, da liberdade frente ao abuso", em referência ao passado militar de Humala. Com o lema "pão com liberdade para todos", assegurou que derrotará a "quem prega o ódio e a violência", e disse que seu rival nacionalista representa o que há de "mais velho, mais corrupto e mais repugnante´. Fim da campanha de Humala Humala, o candidato mais votado no primeiro turno de 9 de abril, pediu aos peruanos que votem "sem medo e com esperanças" para resgatar o país de uma "encruzilhada" neoliberal. Humala se mostrou convencido da vitória e reiterou suas propostas de governo: uma nova Constituição e a revisão dos contratos com empresas multinacionais. Ao fazer referência às reservas de hidrocarbonetos e minerais peruanas, Humala disse que o país "não vai permanecer prisioneiro por tantos anos". Segundo ele, essas reservas permitirão que o Peru se tornasse uma nação "grande e majestosa". Humala denunciou o ex-governante García por ter usado a figura do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para desprestigiar sua candidatura e ganhar votos. Segundo turno A procuradora-geral da Nação, Adelaida Bolívar, afirmou que quem perturbar ou impedir o processo normal das eleições poderá ser condenado há até dez anos de prisão, e anunciou que 1.700 fiscais estarão de vigia. Assim chegou ao fim uma campanha eleitoral marcada por semanas de "guerra suja" e incessantes intromissões do líder venezuelano, que manifestou publicamente seu apoio à candidatura de Humala e chegou a chamar García de "ladrão e corrupto". Durante a campanha, Humala foi denunciado por receber financiamento de Chávez, e o chefe da missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA), Lloyd Axworthy, disse que se isto for verídico constituirá em uma "séria agressão" à Carta Democrática do organismo. Axworthy também disse que a Assembléia Geral da OEA, que será realizada na próxima segunda-feira, em Santo Domingo, pode adotar medidas que impeçam a intromissão de outros governos em processos eleitorais como teria ocorrido no Peru. O ministro peruano do Exterior, Oscar Maurtúa, pretende apresentar uma queixa formal durante a Assembléia.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.