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´Canibal de Roteburgo´ é condenado à prisão perpétua

Cinco anos após ter sido pego, Armin Meiwes, recebe sua pena definitiva

Por Agencia Estado
Atualização:

Conhecido como o "canibal de Rotenburg", o alemão Armin Meiwes foi condenado nesta terça-feira à prisão perpétua por assassinar, esquartejar e comer outro homem para satisfazer as fantasias sexuais de ambos. A Audiência Territorial de Frankfurt considerou provado que, em 10 de março de 2001, Meiwes matou por motivos sexuais Bernd Jürgen Brandes, que conheceu através de um chat na internet e que também comeu algumas partes do próprio corpo. A Promotoria alemã pediu a prisão perpétua por assassinato, pois considera que o antropófago representa um perigo para a sociedade. Segundo os analistas que o examinaram, Meiwes tem forte perturbação mental e não pode ser curado através de tratamento. Além disso, o antropófago alemão não mostrou nenhum sinal de arrependimento, e depois saiu à procura de novas vítimas para ter "carne fresca" e satisfazer seus apetites sexuais. Este foi o segundo julgamento realizado contra Meiwes, depois que o Tribunal Federal Supremo (BGH) ordenou repetir o processo, ao considerar que algumas provas não tinham sido convenientemente avaliadas no processo anterior. Meiwes foi condenado em janeiro de 2004 a oito anos e meio de prisão por homicídio pela Audiência Provincial de Kassel, após confessar ter matado Brandes, de 43 anos. A vítima havia viajado de Berlim à pequena localidade de Rotenburg, no oeste da Alemanha, para se deixar matar e ser devorado pelo canibal. Comido vivo Segundo Meiwes, Brandes - que atendeu a uma mensagem em que o canibal procurava por homens dispostos a serem "assassinados e consumidos" - queria ser esfaqueado até a morte após a ingestão de remédios para perder a consciência. Antes disso, o antropófago alemão cortou o pênis da vítima e o passou pela frigideira para comê-lo junto com Brandes. Esse era também um desejo do morto. Quando a vítima estava agonizando, Meiwes terminou de matá-lo a facadas, depois o esquartejou e enterrou algumas partes no jardim, enquanto outras partes foram congeladas e comidas por ele nos dias posteriores. Segundo os médicos, a vítima morreu por perda de sangue, e os medicamentos ingeridos por ele não o pouparam de sentir dor. Mas, segundo Meiwes, Brandes queria ser "comido vivo". "De outra forma, eu não teria feito isso", disse Meiwes, que filmou o assassinato. Meiwes não pode ser julgado por canibalismo, já que esta prática não é qualificada como crime na Alemanha. Para seus advogados, o réu deveria ser julgado por "assassinato sob demanda", uma vez que ele apenas seguia os desejos de Brandes. Caso o júri acatasse o pedido, o acusado pegaria uma pena menos severa. Mas o juiz Klaus Drescher, responsável pelo caso, rejeitou o argumento. "Ele matou porque queria a carne", sentenciou. Para o psiquiatra Georg Stolpmann, escolhido pela corte para avaliar a sanidade mental de Meiwes, há um "risco significativo" de que o réu "volte a cometer" um crime semelhante.

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