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Capitão diz ter escorregado e caído para justificar ausência no resgate

Comandante do Costa Concordia é acusado de abandonar o navio que naufragou na costa da Itália

Atualização:

ROMA - Francesco Schettino, capitão do navio que naufragou na costa da Itália na última sexta-feira, disse ter escorregado da embarcação e caído num bote salva-vidas, o que impossibilitou que ele coordenasse o resgate dos passageiros que estavam no cruzeiro. As declarações foram feitas para explicar o porquê de Schettino não estar a bordo, como manda o procedimento em caso de acidentes.

 

 

Schettino disse que comandava as operações de resgate quando escorregou. Sem colete salva-vidas - porque havia dado o seu para um passageiro -, caiu em um dos botes e por isso não estava a bordo coordenando o salvamento, de acordo com informações do jornal italiano Corriere della Sera.

 

Na terça-feira foi divulgada uma gravação de uma conversa via telefone entre Schettino e Gregorio De Falco, oficial da Capitania dos Portos. O diálogo, o capitão admite que não está no navio e hesita em obedecer as ordens de De Falco, que mandava que ele retornasse imediatamente e informasse as autoridades quantas pessoas estavam a bordo e iniciasse a coordenação do resgate.

 

De Falco está sendo considerado um herói pelo comportamento. Por outro lado, Schettino é o alvo das críticas e é responsabilizado pelo acidente, que matou ao menos 11 pessoas. O capitão admitiu que bateu com o Costa Concórdia nas pedras da Ilha de Giglio enquanto tentava homenagear um dos tripulantes, que desembarcaria no local.

 

Bruno Leporatti, advogado de Schettino, disse que o capitão, acusado de abandonar o navio, não é "nem covarde nem criminoso". "O capitão Schettino me pareceu, no entanto, muito afetado pelo drama humano deste assunto. Ele está alterado e miserável pelo que ocorreu, profundamente comovido não tanto pela perda do navio, que para um comandante da marinha é gravíssimo, mas pelas perdas de vidas humanas", afirmou.

 

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