Cardeais protestam contra abertura de lanchonete do McDonald's no Vaticano

O porta-voz dos cardeais, Elio Sgreccia, afirmou que a iniciativa é uma 'aberração'; o presidente da entidade que administra os patrimônios da Sé Apostólica, Domenico Calcagno, entretanto, defendeu o negócio

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VATICANO - Um grupo de cardeais do Vaticano fez um protesto para o papa Francisco neste sábado, 12, contra a abertura de uma unidade da lanchonete McDonald's a poucos metros da Basílica de São Pedro. A indignação dos religiosos é tão grande que um deles pediu que o papa intervisse diretamente contra a iniciativa da rede de fast-food de inaugurar a loja. 

O cardeal Elio Sgreccia, porta-voz do grupo, disse à imprensa italiana que a iniciativa da rede de fast-food não respeita a tradição arquitetônica e urbanística do lugar. "Essa ideia é uma aberração", lamentou. A loja do McDonald's será aberta em um dos edifícios que estão ao redor da famosa Praça de São Pedro. Ali, todos os prédios são de propriedade do Vaticano. 

Cardeais afirmam que o McDonald's trará um impacto negativo ao Vaticano Foto:

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Por outro lado, Domenico Calcagno, presidente da entidade que administra os patrimônios da Sé Apostólica, defendeu o negócio, afirmando que a proposta econômica feita pelo McDonald's foi vantajosa para o Vaticano. Ele aceitou alugar um espaço de 500 metros que estava vazio em uma das propriedades da Igreja para a rede de fast-food.

Sgreccia rebateu, dizendo que as autoridades da igreja católica "não devem pensar somente em negócios", e que seria melhor se o espaço alugado fosse utilizado para ajudar pessoas necessitadas, "como nos ensina, todos os dias, o papa Francisco".  

A batalha contra a gigante americana de comida divide os chamados "príncipes da igreja", que também temem que turistas e peregrinos sejam expostos a alimentos que "não oferecem garantias para sua saúde", lembrou Sgreccia, ao citar estudos de diversos médicos. 

Outra preocupação dos cardeais é em relação ao impacto negativo que o McDonald's provocará na região, sempre lotada de turistas, restaurantes e lojas de souvernirs. /AFP

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