Cardeal pede ao Vaticano que suspenda negociações com a China

Declaração ocorre em protesto pela ordenação de um bispo sem o aval da Santa Sé

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Por Agencia Estado
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O Vaticano deveria suspender as negociações para reestabelecer as relações diplomáticas com a China por causa da "má atitude" das autoridades chinesas, que recentemente ordenaram um bispo sem aprovação da Santa Sé, afirmou na terça-feira o cardeal de Hong Kong, Joseph Zen. "O Vaticano deveria suspender as negociações. Pequim destruiu a confiança que havia sido lhe outorgada. É realmente uma má atitude. Verdadeiramente desleal", declarou Zen, conhecido por suas críticas sobre a situação religiosa na China. Assim, o cardeal fez referência à ordenação por parte de Pequim de um bispo da Igreja oficial chinesa sem o aval do Papa. O padre Ma Yinglin, atualmente secretário da conferência episcopal da Igreja oficial - sob controle das autoridades chinesas - foi ordenado bispo em Kunming, na província de Yunnan, no sudoeste do país. "É muito grave. Isso deveria causar uma reação muito forte" por parte do Vaticano, afirmou Zen. A China já advertiu ao arcebispo de Hong Kong, um dia depois de sua nomeação, no final de fevereiro, que não misture política com religião. "Tomamos nota de que Joseph Zen foi nomeado cardeal pelo Vaticano", declarou o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Liu Jianchao. "Recomendamos às personalidades religiosas que não intervenham em política", disse. A Igreja oficial chinesa, controlada pelo Partido Comunista Chinês (PCC), não reconhece a autoridade papal.

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