O terrorista venezuelano Illich Ramírez Sánchez, conhecido como "Carlos, o Chacal", foi multado nesta terça-feira em Paris em 5 mil euros por fazer apologia ao terrorismo ao defender os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Em sua sentença, o Tribunal Correcional de Paris, que não aceitou todas as acusações, não atendeu ao valor da multa que havia sido requisitado pela Promotoria - 20 mil euros - em 28 de fevereiro. A Presidência da Corte disse que "Carlos" poderá beneficiar-se de um desconto de 20% da multa se ela for paga em um prazo de um mês. Em sua requisição, o promotor afirmava que "Chacal" cometeu um delito de apologia ao terrorismo ao expressar "um grande alívio" pelo 11 de setembro e por sua forma de referir-se às vítimas dos atentados cometidos por ele, em entrevista à televisão francesa M6. Na entrevista telefônica à M6, realizada no início de março de 2004, da prisão de Saint-Maur, região central da França, "Chacal" havia se vangloriado de ter participado de operações nas quais morreram "mais de 1.500 pessoas ou, em todo caso, menos de 2 mil". Condenar um atentado, disse "Carlos" na entrevista, é "a coisa mais ignóbil que se pode fazer, porque é grosseiro". "Quando pobres inocentes morrem, gente que não fez nada a ninguém e que morre em circunstâncias que não podem controlar, não se deve felicitar, mas por que condenar?", questionou. "A vida é sagrada, é um dom de Deus e só Deus pode retomá-la. Não vou dizer que eu fui a mão de Deus em alguns casos, mas na guerra lícita se autoriza tomar a vida se for necessário", afirmou o venezuelano convertido ao Islã em 1975. "Carlos" cumpre pena de prisão perpétua na França desde 1997 por um triplo assassinato cometido em 1975, mas tem outras causas pendentes na Justiça.