Carmona se diz inocente de acusação de rebelião na Venezuela

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Por Agencia Estado
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O empresário Pedro Carmona, que exerceu a presidência da Venezuela por menos de 30 horas, se declarou inocente da acusação de rebelião feita contra ele pelo governo de Hugo Chávez. "Nada do que ocorreu não foi um evento premeditado, nem uma rebelião e nem uma conspiração", disse Carmona hoje, em sua casa - para onde foi transferido na segunda-feira e permanece em prisão domiciliar. "O que se produziu foi o preenchimento de uma série de vazios institucionais para contornar situações que se desenrolavam numa velocidade muito grande." Carmona ganhou direito à prisão domiciliar por ter mais de 60 anos. "Acima de qualquer coisa, sou um democrata convicto e um homem de atitudes retas e honestas que não quer nada além do bem-estar do país", declarou o empresário, que antes de assumir a presidência provisória era o presidente da Fedecámaras, o principal grêmio empresarial da Venezuela. Analistas atribuem a reviravolta política de sábado que permitiu o retorno de Chávez à ação precipitada de Carmona, que em seu primeiro decreto dissolveu a Assembléia Nacional, destituiu todos os juízes da Corte Suprema e estabeleceu o prazo de um ano para a realização de eleições presidenciais - considerado muito longo pelos militares que tinham deposto e detido Chávez. "Esse era um prazo máximo, pois já estávamos estudando a convocação de uma eleição para a Assembléia Nacional e para reformar a Constituição em 90 dias e a presidencial em 180 dias", disse Carmona. Ele afirmou que foi notificado das acusações pelas quais deve responder por um tribunal da Justiça comum e assinalou que desde sua renúncia, no sábado à noite, tem recebido um tratamento "justo, adequado e excelente, com respeito aos direitos humanos". Sobre os sinais de conciliação emitidos por Chávez desde seu retorno ao Palácio de Miraflores, Carmona se mostrou cético. "Palavras não são suficientes, só os atos demonstrarão se isso é sincero e se a reunificação do país é possível, pois a Venezuela está fraturada, e está fraturada profundamente." Cuba O ministro de Relações Exteriores cubano, Felipe Pérez Roque, chegou hoje a Caracas para verificar os danos causados à Embaixada de Cuba na Venezuela na sexta-feira. Pérez Roque reuniu-se com o embaixador de Cuba, Germán Sánchez e outros funcionários da embaixada. Durante o breve período presidencial de Carmona, centenas de manifestantes anti-Chávez cercaram a sede diplomática de Cuba, danificaram os quatro veículos da embaixada, cortaram cabos elétricos e telefônicos e ameaçaram os funcionários. O chanceler cubano disse que o objetivo da visita era apenas o de "saudar" o pessoal da missão diplomática e não previa encontro com Chávez - admirador do líder cubano Fidel Castro. Grandes Acontecimentos InternacionaisESPECIAL VENEZUELA

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