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Carro-bomba mata pelo menos 19 no Iraque

Por Agencia Estado
Atualização:

Às vésperas da entrega da soberania do Iraque aos iraquianos, marcada para quarta-feira, os sinais de instabilidade política se espalhavam hoje por todo o país. No mais grave deles, um carro-bomba explodiu em Hilla, 100 quilômetros ao sul de Bagdá, causando a morte de pelo menos 19 iraquianos, disseram autoridades locais. Sessenta pessoas ficaram feridas. De acordo com fontes militares americanas, todas as vítimas são civis iraquianos. O carro-bomba explodiu na frente de uma mesquita do centro da cidade, por volta das 20h30 locais. Hilla tem população de maioria xiita e é controlada por tropas polonesas que integram a coalizão liderada pelos Estados Unidos. O comando das forças da Polônia no Iraque informou que nenhum de seus soldados sofreu ferimentos no atentado. Ao mesmo tempo, trazendo de volta o pesadelo da decapitação de reféns, membros do grupo radical vinculado ao jordaniano Abu Musab al-Zarqawi - considerado o líder da Al-Qaeda no Iraque - anunciaram hoje ter seqüestrado três cidadãos turcos. O grupo ameaça cortar a cabeça dos reféns, se todas as empresas da Turquia não se retirarem do território iraquiano em 72 horas, informou a Al-Jazira, que exibiu imagens de uma fita gravada pelos seqüestradores e entregue em uma das sedes da emissora árabe. Numa mensagem enviada junto com a fita, o grupo também conclama o povo turco a protestar contra a visita de George W. Bush à Turquia, para participar da reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Istambul nas segunda e terça-feiras. A Turquia não participa com tropas da coalizão militar liderada pelos EUA. A nova tomada de refém veio a público apenas horas depois de o Pentágono ter anunciado uma recompensa de US$ 10 milhões para quem der informações que resultem na captura de Al-Zarqawi. O comando militar americano realizava operações hoje para localizar o extremista jordaniano. Durante essas buscas, pelo menos seis insurgentes morreram no sábado em confronto com os americanos na periferia de Bagdá, segundo fontes do Pentágono. Na semana passada, os radicais sob o comando de Al-Zarqawi decapitaram o intérprete sul-coreano Kim Sun-il, de 33 anos, depois que o governo da Coréia do Sul se recusou a cumprir a exigência de retirar seu pessoal militar do Iraque. Uma semana antes, o americano Paul Johnson foi decapitado por militantes da Al-Qaeda na Arábia Saudita. No mês passado, o refém americano Nicholas Berg também foi morto e teve a cabeça decepada por rebeldes que o seqüestraram no Iraque. Outras três pessoas morreram e duas ficaram feridas em Baquba, onde dois escritórios políticos foram atacados. As três mortes ocorreram na ofensiva com foguetes contra a sede do partido xiita Conselho Supremo da Revolução Islâmica do Iraque (Sciri). Um grupo de homens armados também atacou o escritório político do Acordo Nacional Iraquiano, partido do primeiro-ministro Iyad Allawi, sem deixar feridos. Um soldado americano morreu depois de ter ficado ferido numa emboscada em Bagdá. Na Coréia do Sul, em meio a um clima de comoção nacional causada por seu seqüestro e execução, o corpo de Kim Sun-il retornou hoje ao país, onde foi recebido pela guarda de honra e pelo ministro de Relações Exteriores, Ban Ki-moon.

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