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Cartel colombiano oferece recompensa para quem matar ou capturar cão farejador da polícia

Sombra, uma pastor alemão fêmea da divisão antinarcóticos, é responsável pela apreensão de várias toneladas de drogas e de mais de 240 pessoas; Clã do Golfo ofereceu de US$ 7 mil a US$ 70 mil para quem conseguir eliminar o animal

Atualização:

BOGOTÁ - A longa batalha do governo da Colômbia contra os cartéis de droga produziu, ao longo de várias décadas, incontáveis heróis e vilões. Atualmente, as atenções entre os que combatem os traficantes colombianos estão voltadas para "Sombra", uma pastor alemão fêmea de 6 anos que pode ser facilmente encontrada no principal aeroporto do país.

Com olfato apurado, Sombra já ajudou a polícia da Colômbia a localizar várias toneladas de drogas escondidas em contêineres e outras bagagens Foto: AP Photo/Fernando Vergara

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Sombra é tão eficiente no seu trabalho que já ajudou a polícia a detectar várias toneladas drogas escondidas em malas, barcos e grandes carregamentos de frutas em ações que resultaram na prisão de mais de 240 pessoas. Por este motivo, o Clã do Golfo, um dos principais cartéis do país, passou recentemente a oferecer uma recompensa em dinheiro para quem matar ou capturar Sombra. 

As informações descobertas pelo setor de inteligência da polícia colombiana apontam um valor entre 20 milhões e 200 milhões de pesos - algo como US$ 7 mil a US$ 70 mil - pela agente canina, o que fez a polícia adotar medidas complementares para garantir a segurança do animal.

"O fato de que eles querem machucar Sombra e oferecem uma recompensa tão grande pela captura ou morte da cachorra mostra o impacto que ela teve no lucro (dos traficantes)", afirmou um representante da polícia Colômbia ao diário inglês Telegraph.

Além disso, em razão das ameaças, Sombra foi transferida de um porto na costa caribenha do país para a capital, Bogotá, onde agora usa seu talento para farejar pacotes suspeitos no aeroporto internacional El Dorado.

Em razão de sua eficiência, o Clã do Golfo, um dos principais cartéis do país, passou oferecer de US$ 7 mil a US$ 70 mil para quem matar ou capturar Sombra Foto: AP Photo/Fernando Vergara

Quando ela conclui sua jornada diária de 6 horas de trabalho, sombra é levada em uma caminhonete blindada para um canil sob escolta de dois guardas armados. "Temos que nos encarregar de sua segurança", disse o agente José Rojas, cuidador de Sombra. 

Histórico

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Antes de ser integrada às forças de segurança da Colômbia, Sombra estava em um canil em Antioquia, região onde fica a cidade de Medellin - berço dos temidos cartéis colombianos das décadas de 1980 e 1990.

De acordo com a RCR Radio, a primeira grande apreensão de droga realizada graças ao apurado nariz foi feita em março de 2016, quando Sombra detectou uma carga de 2,9 toneladas de cloridrato de cocaína escondidas no meio de um contêiner de banana. O carregamento tinha como destino a Bélgica. 

Em maio de 2017, Sombra descobriu outro carregamento para o mesmo país com 1,1 tonelada de cocaína.

Em junho deste ano, ela ajudou a polícia a fazer uma apreensão ainda maior: 5,3 toneladas de cocaína, segundo relato da emissora britânica BBC. Poucos dias depois, ela participou de outra operação que encontrou mais 4 toneladas da droga no meio de um carregamento de peças automotivas.

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Por sua contribuição, Sombra já recebeu duas vezes a medalha Wilson Quintero, honraria entregue pelas forças de segurança da Colômbia aos que fazem contribuições relevantes para a luta contra o narcotráfico.

Ela também já apareceu em vários programas de TV e, quando não está farejando no aeroporto, é alvo de muitos pedidos de selfies de admiradores. Além disso, a polícia antinarcóticos do país costuma exibir suas realizações no Twitter.

"Sombra é muito amigável, um cão calmo, e por esta razão, ela não tem problema em se aproximar de crianças ou de pessoas que querem dizer um oi", explicou Oscar Favian Solarte, chefe da divisão antinarcóticos da polícia ao diário colombiano El Tiempo. "Ela é brincalhona o que, na verdade, faz parte do desenvolvimento de seu trabalho." / WASHINGTON POST e AP

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Quando não está trabalhando, a cadela costuma ser requisitada por passageiros que querem tirar selfies com ela Foto: AP Photo/Fernando Vergara
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