21 de dezembro de 2010 | 20h32
Em Coban, a cerca de cem quilômetros da Cidade da Guatemala, gangues circulam pelas ruas em carros blindados e de metralhadoras em punho. Traficantes atiram a esmo em pessoas e sequestram qualquer mulher que lhes chame atenção. Disparos tornaram-se tão frequentes que moradores da cidade nem sequer os diferenciam dos fogos de artifício comuns nesta época do ano.
Líderes da região montanhosa de Alta Verapaz, que se tornou o principal corredor para transporte de drogas de Honduras ao México, dizem ter solicitado várias vezes nos últimos dois anos a intervenção federal. "A violência aumentou. Há assaltos, extorsões, tiroteios nas ruas causados por pessoas que não são daqui", afirma Ariel Hasse, diretor de projetos de Coban. "Não sabemos quem eles são, mas há rumores de que se trata de cartéis do México".
As Forças Armadas da Guatemala decretaram no domingo estado de sítio de um mês em Alta Verapaz para tentar retomar a cidade, que foi tomada pela brutal gangue mexicana Los Zetas. As medidas permitem ao Exército deter suspeitos sem mandados de prisão, conduzir buscas sem autorização judicial, proibir a posse de armas, aglomerações em lugares públicos e controlar a imprensa.
A legislação guatemalteca prevê a adoção do estado de exceção em casos de terrorismo, sedição e "rebelião", ou quando a "ordem constitucional e a segurança do Estado" são colocadas em perigo. Apenas hoje, cerca de 150 fuzis de assalto AK-47 foram apreendidos na região pelos militares, além de um avião monomotor e US$ 62 mil. Pelo menos dez integrantes de Los Zetas foram presos, segundo a Polícia Civil. As informações são da Associated Press.
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