WASHINGTON - O presidente Donald Trump continuou nesta segunda-feira a desmantelar a agência de segurança interna. A Casa Branca anunciou a remoção do diretor do Serviço Secreto, Randolph D. Alles, um dia após a secretária de Segurança Interna Kirstjen Nielsen ser forçada a se demitir depois de um encontro com o presidente na Casa Branca, com quem ele discordou sobre questões de imigração. “Eles estão decapitando todo o departamento”, disse um funcionário do Departamento de Segurança Interna (DHS, nas siglas em inglês), destacando que a Casa Branca não deu nenhum motivo para a remoção de Alles.
A instabilidade estendeu-se à Agência Federal de Gestão de Emergência (Fema), cujo diretor, William Long, deixou o DHS em fevereiro após supervisionar os esforços de emergência e recuperação de vários desastres ambientais. L. Francis Cissna, diretor do Serviço de Imigração e Cidadania, e John Mitnick, conselheiro-geral do DHS, podem ser os próximos a partir, disse ontem um funcionário do governo em condição de anonimato.
Desde a criação do Departamento de Segurança Interna, após os atentados do 11 de Setembro, os sucessivos presidentes consideraram a estabilidade no DHS como prioridade para a segurança dos EUA, os esforços de contraterrorismo e, principalmente, a sensação coletiva de paz.
Com cerca de duas dúzias de agências e subagências, o DHS é responsável por proteger o sistema de imigração dos EUA, as redes de internet do país, as fronteiras e as costas, assim como responder a desastres e proteger os funcionários públicos americanos.
Trump está furioso com o fato de o departamento não ter conseguido reduzir a imigração ilegal aos EUA, o que representa o fracasso de uma de suas promessas de campanha. Mas vários funcionários do governo disseram que, aparentemente, Trump está descontando sua frustração com a chefia do departamento, convencido de que ele precisa de uma renovação.
Imigração. Ainda nesta segunda-feira, um juiz federal da Califórnia provocou um duro revés à luta de Trump contra a imigração ao bloquear o programa experimental “Permanecer no México”, que enviou centenas de solicitantes de asilo centro-americanos para o lado mexicano da fronteira para esperar fora do território americano a análise de seus processos. / W.POST