
25 de novembro de 2020 | 09h23
Atualizado 25 de novembro de 2020 | 11h14
WASHINGTON - A Casa Branca está considerando suspender as proibições de entrada para a maioria dos cidadãos estrangeiros que esteve recentemente no Brasil, no Reino Unido, na Irlanda e em 26 outros países europeus, disseram cinco autoridades norte-americanas e de companhias aéreas à agências de notícias Reuters.
O governo do presidente Donald Trump impôs as proibições em uma tentativa de conter a pandemia do novo coronavírus e não está considerando suspender o veto de entrada para a maioria dos cidadãos estrangeiros que esteve recentemente na China ou no Irã, acrescentaram as autoridades.
As restrições que impedem a maioria dos visitantes da Europa estão em vigor desde meados de março, enquanto a proibição de entrada do Brasil foi imposta em maio. Trump implementou a primeira proibição na maioria dos visitantes não americanos da China em 31 de janeiro e, em seguida, acrescentou o Irã em fevereiro.
As restrições impedem a entrada da maioria dos residentes não americanos que estiveram nesses países nos 14 dias anteriores, mas o Departamento de Estado dos EUA tem concedido algumas "exceções de interesse nacional" para permitir que viajantes da Europa relacionados a "viagens humanitárias, resposta à saúde pública e segurança nacional.”
O plano de flexibilização ganhou o apoio dos membros da força-tarefa do coronavírus da Casa Branca, da saúde pública e de outras agências federais, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto, mas o presidente Trump não tomou uma decisão final e o momento da revogação permanece incerto.
Trump ainda pode optar por não suspender as restrições, dado o alto número de infecções por coronavírus na Europa. Um obstáculo potencial é o fato de que os países europeus provavelmente não permitirão imediatamente que a maioria dos norte-americanos retome as visitas, disseram as autoridades.
A Casa Branca, o Departamento de Segurança Interna e o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) não comentaram.
Muitas autoridades do governo argumentam que as restrições não fazem mais sentido, visto que a maioria dos países ao redor do mundo não está sujeita à proibição de entrada. Afirmam, ainda, que suspender as restrições seria um alívio para as companhias aéreas norte-americanas, que viram as viagens internacionais cair 70%, de acordo com dados do setor de aviação civil.
A Airlines for America, um grupo que representa a American Airlines, a Delta Air Lines, a United Airlines Holdings e outras companhias, destacou na terça que "vem defendendo que o governo federal estabeleça um padrão nacional de testes para eliminar as restrições de viagens".
Algumas companhias aéreas e autoridades acreditam que os testes podem ser a chave para retomar amplamente as viagens internacionais. Questionado sobre as perspectivas de suspensão das restrições de viagens, um porta-voz do Departamento de Transporte dos EUA disse que "o departamento está pronto para apoiar a retomada segura de voos internacionais de e para os EUA". “As conversas estão em andamento entre o governo federal, parceiros internacionais e partes interessadas da indústria sobre esses assuntos.”
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