Os Estados Unidos "condenaram energicamente" o uso da força militar venezuelana, nesta sexta-feira, disse a Casa Branca, por meio de nota, após mortes de dois índios que faziam parte de um grupo que tentava manter aberta uma trilha na fronteira seca para ajuda humanitária.
"Estados Unidos condenam energicamente o uso de força militar venezuelana contra civis desarmados e voluntários inocentes na fronteira da Venezuela com o Brasil", destacou um comunicado da presidência.
"O presidente interino Juan Guaidó solicitou a assistência humanitária imediata da comunidade internacional para o povo de seu país enquanto que o regime de (Nicolás) Maduro ordenou fechar as fronteiras e reprimir quem for a favor da ajuda ao país", informou o comunicado.
"O exército venezuelano deve permitir que a ajuda humanitária entre pacificamente no país. O mundo está assistindo", acrescentou a Casa Branca.
A ajuda humanitária se transformou no foco entre o pulso do presidente Maduro e o líder opositor Guaidó, que é reconhecido como presidente interino por 50 países.
Com 35 anos e presidente da Assembleia Nacional Legislativa, Guiadó se declarou presidente interino e prometeu eleições depois de chamar Maduro de "ususrpador" do poder, afirmando que ele adulterou o resultado das eleições que ganhou em maio do ano passado. / AFP
Rússia
A Russía, nesta sexta-feira, 22, acusou os EUA de usar a ajuda humanitária como "pretexto para uma ação militar" para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
"Uma perigosa provocação, de grande magnitude, inspirada e dirigida por Washington, a saber a entrada pela fronteira venezuelana de um suposto comboio humanitário está prevista para 23 de fevereiro", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zajarova.
Ajuda brasileira
Mesmo com o ataque do exército venezuelano contra civis na fronteira com o Brasil, o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou que o Brasil irá iniciar o processo de entrega de alimentos e medicamentos para a Venezuela neste sábado, 23.
Shows na fronteira
Dois shows simultâneos, um na Colômbia e outro na Venezuela, marcaram hoje uma nova disputa pelo governo venezuelano, antes da aposta da oposição de conseguir a entrada de ajuda básica no país, em desafio a Maduro. A distância entre os dois palcos, posicionados nas respectivas fronteiras em cada lado da Ponte Internacional de Tienditas, é de 300 metros.