O governo dos Estados Unidos elogiou o sistema judiciário iraquiano por sua independência, e negou que o governo do presidente George W. Bush tenha "tramado" para que o veredicto do ex-ditador Saddam Hussein saísse às vésperas da importante eleição legislativa americana. "O Judiciário opera de forma independente, e precisamos dar-lhes crédito por fazer o trabalho, e fazê-lo da forma que viram como correta e adequada", disse o porta-voz presidencial, Tony Snow. Os iraquianos, afirmou ele, "são os condutores do julgamento. Os juízes iraquianos são as pessoas que se debruçaram sobre a evidência... É importante dar-lhes crédito por tocar o próprio governo". O presidente Bush planeja fazer uma declaração ainda neste domingo, dia 5, ao deixar seu rancho no Texas a caminho de compromissos da campanha no Nebraska e Kansas. O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi condenado à morte por sua participação no massacre de 148 xiitas, adultos e meninos, da vila de Dujail, em 1982. A sentença será executada por enforcamento. Snow negou que o governo americano tenha desempenhado algum papel na escolha do momento do pronunciamento da sentença, que vem a dois dias eleições que poderão acabar com o domínio do partido de Bush, o Republicano, sobre o Congresso. O pleito está sendo encarado como um referendo sobre a guerra no Iraque. "A idéia é ridícula", disse Snow, referindo-se á noção de que "de alguma forma, estivemos tramando e conspirando com os iraquianos".