A Casa Branca espera que a visita do papa Francisco aos EUA dê impulso a alguns dos temas prioritários da agenda doméstica e internacional do presidente Barack Obama, entre os quais estão o combate à mudança climática, a reforma migratória, a normalização das relações com Cuba e a redução da desigualdade. Em todos eles, as posições do pontífice coincidem com as do líder americano.
Em seus 78 anos de vida, o papa nunca esteve nos EUA e inicia sua primeira viagem ao país na terça-feira. O pontífice aterrissará em Washington vindo de Havana, em uma gesto carregado de simbolismo. As duas capitais restabeleceram relações diplomáticas em dezembro, depois de um rompimento que durou 53 anos.
O Vaticano abrigou a etapa final das negociações e Francisco enviou cartas a Obama e ao presidente cubano, Raúl Castro, defendendo o diálogo entre os países.
“Esperamos que sua autoridade moral ajude a promover muitas dessas questões que são prioridades em nossa agenda de políticas”, observou Charlie Kupchan, diretor para questões europeias no Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca. Obama e o papa se reunirão na Casa Branca na quarta-feira e a discussão de ambos deve girar em torno dos “temas, valores e compromissos” que compartilham, acrescentou.
No dia seguinte, Francisco falará a uma sessão conjunta do Congresso dos EUA, no primeiro pronunciamento do tipo já realizado por um papa. O convite partiu do presidente da Câmara dos Deputados, o republicano e católico John Boehner.
Mas a mensagem de Francisco em grandes questões políticas e econômicas deverá ser mais próxima dos democratas aliados de Obama do que dos republicanos. O papa poderá agradar à oposição se falar sobre temas ligados à família e fizer declarações críticas ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O papa será recebido na Casa Branca em um evento que terá a presença de 15 mil pessoas. Depois, Francisco irá a Nova York, onde discursará na ONU na quinta-feira. O papa termina a viagem de cinco dias na Filadélfia, onde celebra missa no domingo, no encerramento do Encontro Mundial de Famílias.